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quarta-feira, 16 de março de 2022

Perda Gestacional: Essa dor vai passar!



Oi!!!

Há quatro anos atrás escrevi sobre a minha vivência com a perda gestacional aqui no blog (aqui, aqui e aqui). Recebo muitos recados via WhatsApp de mães que também passaram pelo processo de perda gestacional querendo conversar, saber como foi depois de tudo o que aconteceu. Resolvi então escrever para você, que também teve uma perda gestacional.

Bem, foi um processo doloroso, mas também muito transformador. Tive sentimentos profundos e que me acompanharam por um tempo... me culpei, me senti incapaz, me senti estranha em uma sociedade que vê a perda gestacional como um segredo guardado a 7 chaves, como se o ocorrido não pudesse ser pauta de nenhuma conversa, me senti tratada com mais uma na estatística por médicos. Nesse processo também percebi a quantidade de mulheres próximas a mim que também haviam passado pela perda gestacional. O fato de conversar muito com amigas, escrever aqui no blog e nas redes sociais a respeito trouxe um movimento interessante. Um movimento de pessoas que também queriam falar, que queriam ser ouvidas, que queriam compartilhar as suas vivências como forma de cura, desabafo, medo do inesperado etc. Na dor a gente aprende tanto, mas tanto...eu me permiti aprender com essa experiência. 

Denominamos nosso bebezinho como Saulo e aos poucos fomos ressignificando tudo o que vivemos. A maternidade me transformou muito, e a perda gestacional também. Nesse processo tentei olhar para dentro de mim e dentro da minha casa. Comecei a olhar para a minha relação com Deus, de fé, de crenças. Sempre me perguntava o "porquê" disso? E hoje vejo que essa pergunta pode ter várias respostas, e acredito que muitas delas nunca saberei. Quando houve a perda eu, meu marido e a Nina (minha primeira filha) nos fortalecemos juntos. Resgatamos aos poucos os nossos sonhos. Comecei a olhar para as mulheres ao meu redor com ainda mais admiração e ainda mais respeito pelas histórias, pelas suas origens, pelas suas vivências. Aprendi que cada história é única. Eu queria acelerar o tempo para resolver isso, mas tive que aprender a dar tempo ao tempo. No fundo no fundo nunca deixamos de acreditar que seríamos capazes de gerar uma nova criança, mas a nossa força foi aos poucos chegando. Meu corpo também foi se recuperando aos poucos. Foram algumas tentativas para que pudéssemos efetivamente engravidar, e sim, isso aconteceu!



Após 6 meses da perda gestacional veio a notícia de que estávamos grávidos novamente! Foi até bem rápido!!! Nos munimos de prudência até para comemorar (mas no fundo meu coração estava explodindo de felicidade). Tivemos um medo grande da história se repetir. A cada ultrassom que passava respirava aliviada. E o coração foi se tomando de amor profundo novamente pela nova vida. A segurança foi chegando em passinhos de tartaruga, mas chegou! Sempre que desesperava, respirava fundo, e mentalizada em um dia por vez, um dia por vez, um dia por vez. Foi uma gravidez muito bem vivida, e comemorada! A cada dia que passava eu nem acreditava que estava vivendo aquilo. E chegou ao mundo a nossa Ana Sol, nossa bebê arco-íris. O nome é super sugestivo para os dias de escuridão que vivemos: recebemos a nossa Sol, nossa luz, nossa tão esperada criança, que veio pra trazer o arco-íris em nossas vidas! Quando ela nasceu e veio para o meu colo, ela me olhou tão profundamente, no fundo dos olhos, que não consigo esquecer. Parecia um reencontro! Agradeci, chorei, rezei, me entreguei!



Então querida mãe, se você está lendo essa mensagem após ter vivido a experiência da perda gestacional, quero te pedir de coração que cuide com todo amor do mundo de você! Sempre haverá uma luzinha lá no céu brilhando e um arco-íris para lembrar-lhe de que há sempre esperança na jornada, há crescimento, há reflexões, há amor, há vida, há planos de Deus...  Não compare a sua história com a de ninguém, nem o seu tempo com o de ninguém. Essa jornada é sua! Se ame, se abrace, se cuide e siga!

Toda vez que aparece um arco-íris no céu faço uma oração pelo meu Saulo...ele me ensinou tanto! Vamos fazer esse combinado? Sempre que ver um arco-íris por aí vamos rezar juntas?



Sinta o meu abraço bem apertado, com muito amor.
Essa dor no peito vai diminuir.




                                                                                                   









segunda-feira, 27 de julho de 2020

Espalhando esperança


Uma leitora nos procurou com um propósito especial: "estive pensando em escrever sobre isso pois, devido à pandemia, os tratamentos foram cancelados e tenho visto tantos comentários tristes em relação ao sonho da maternidade, que gostaria mesmo de contribuir pra que essas pessoas se sentissem acolhidas."

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Ressignificando uma perda gestacional após 7 anos!

Há 7 anos eu perdi meu segundo bebê. Era janeiro de 2012 quando descobri que estava grávida. Minha filha mais velha, a Mariana, estava quase completando 5 anos e ficou muito feliz com a notícia. Após 6 semanas, veio o sangramento. Depois de idas e vindas a médicos e hospitais, HCG não compatível com aborto e muita preocupação, descobrimos a gravidez ectópica. O bebê estava se desenvolvendo fora do útero, em minha trompa direita. Precisei fazer uma cirurgia de emergência para interromper a gestação, porque a trompa poderia romper a qualquer momento e gerar uma grave hemorragia interna. 

gravidez ectópica, constelação familiar

Após a cirurgia eu acordei com a sensação de um vazio enorme. Além de ter perdido o bebê, recebi a notícia de que foi preciso retirar a trompa e as possibilidades de engravidar novamente diminuiriam em 50%, e eu teria 20% de chances de uma nova gravidez ectópica. Em um momento como aquele, receber essa notícia sobre o meu futuro foi assustador. Toda essa situação desencadeou uma forte depressão e síndrome do pânico. Após 1 ano de tratamento eu me curei, fiquei livre dos medicamentos e no ano seguinte eu engravidei novamente.
A gestação e o nascimento da Helena foram momentos de grande superação. Ela nos trouxe uma imensa alegria, inundou minha vida com sua luz, mas ainda existia um vazio em mim que eu não conseguia preencher.

perda gestacional, constelação familiar
Imagem: obra do artista tcheco Martin Hudáček  - “Memorial a Criança Não Nascida”.

Durante um tempo eu consegui conviver com esse sentimento. De certa forma, eu o ignorei. Foi quando em 2018 eu iniciei uma jornada de autoconhecimento. Fui presenteada com o curso de Reiki, comecei a praticar Yoga e meditação, me aproximei ainda mais da minha religião (sou Espírita), voltei a estudar e iniciei minha especialização em Acupuntura. Nesse processo, aquele sentimento adormecido começou a incomodar. Eu senti que precisava ressignificar aquela perda. E um dia, rolando o feed do Instagram, vi uma postagem do Andrei Moreira (médico, homeopata, que também trabalha com Constelação Familiar) sobre os "filhos que não seguiram vivendo":

"Os filhos que não seguiram vivendo (abortados espontâneos ou não, natimortos, falecidos) são tão filhos quanto aqueles que seguem vivos. Eles também pertencem e não podem ser excluídos. Quando o são - o que acontece pela dor da perda - trata-se de uma dupla morte: não tiveram direito à vida e não lhes é dado o direito de pertencer à família. Isto fere o pertencimento, lei sistêmica natural, fazendo com que os excluídos sejam reinseridos no sistema familiar através de uma representação ou sintoma. No coração, os pais e irmãos se conectam a estes filhos e irmãos de uma forma especial, com um amor profundo e sempre presente, frequentemente ignorado e que sustenta movimentos em direção à morte (ou ao menos), para junto deles, por amor cego. Olhar para este amor - e sobretudo para o amor dos filhos que não viveram pelos pais e irmãos, o que é possível se fazer sozinho ou em um workshop vivencial de constelação familiar, por exemplo - respeitando-lhes o destino e dando-lhes um lugar de amor no coração, pode promover uma forte conexão com a vida e com a alegria de viver. Sempre sugiro às mães - ou aos pais - sentir se era um menino ou menina e colocar algo em si que o(a) lembre, como um anel ou um pingente. Isso ajuda a reforçar a inclusão e o lugar de amor no coração, bem como o movimento de vida."

perda gestacional, gravidez ectopica


Essa postagem me tocou profundamente. E eu busquei me conectar a esse sentimento. 
Através de orações, lembranças, intuições, meditações, eu senti que era um menino (na época já tinha sido revelado pra mim também) e realmente nos conectamos. E então eu sonhei. E no sonho eu conheci o seu nome: Francisco! E agora, o meu bebê tem nome e está representado neste berloque. Do meu coração, ele nunca saiu!

Constelação familiar, berloques, gravidez ectopica

gravidez ectopica, perda gestacional

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Perda gestacional: tratamentos e autoconhecimento


Mais do que passar por uma experiência difícil, tirar pontos positivos de cada vivência é possível e imprescindível! Hoje após 6 meses da minha perda gestacional vejo o quanto mudei de lá para cá, o quanto me fortaleci, o quanto me conheci e o quanto isso contribuiu em vários pilares da minha vida. No princípio de tudo não conseguia me imaginar em tal momento, era tudo escuro e triste, mas sim, hoje me sinto bem, muito bem, e com outra visão da vida! 


terça-feira, 10 de julho de 2018

Quando se esquece, acontece... Quem tem fé, não desiste!



Depois de muitas viagens, saídas, eventos (eu e meu esposo temos uma vida agitadíssima), decidimos incluir mais um integrante neste embalo: resolvemos interromper o uso do anticoncepcional e preparar o corpo e a mente para a chegada do nosso amorzinho! Os planos eram de “limpar” o corpo (eliminar o excesso de hormônios, usei anticoncepcional por 11 anos), fazer os exames pré concepcionais e estudar novamente o ciclo menstrual (já tínhamos esquecido completamente como funcionava isso). E assim fizemos... Depois de tudo ok nos exames, partimos para as posições mais inusitadas (kkkk) regadas de amor, prazer, esperança e fé!

No primeiro mês de tentativa eu fiquei grávida! Psicologicamente falando né? É claro!!! (Kkkk). Gente, como eu me senti grávida! Lia todos os sintomas e automaticamente já os sentia! Pensava, que sorte, logo na primeira tentativa! Somos bons demais!!!(Kkk). Até teste de gravidez já tinha comprado (ansiedade em pessoa), e um belo de um negativo veio ao nosso encontro. Na mesma velocidade, pensei: é claro que não ia ser de primeira! (Kkkk). No mês seguinte faríamos a nossa primeira viagem internacional!

Deixamos rolar, mas sem pernas para o alto, sem fazer dia sim, dia não, sem expectativas, pois estávamos ansiosos com a viagem, com as malas e com as leituras sobre o país que visitaríamos... Na viagem curtimos bastante, passeios regados a bons vinhos e a bifes de chorizo, além de muita fé... Entrávamos nas belíssimas igrejas da Argentina e eu sempre agradecia por estarmos lá e pedia: Deus, estou disposta a esperar o tempo que for... Quando o Senhor achar que deve, nos envie um filho seu! Chegamos da viagem e contávamos e recontávamos empolgados aos familiares e amigos, sobre a nossa experiência no exterior! Nem lembrava de menstruação... Até notar o seu atraso! E como uma boa mineira, pensei: uai, será? (Kkk). Na segunda tentativa??? Melhor fazer o teste, e o maravilhoso positivo veio ao nosso encontro! Quanta alegria sentimos, meu Deus! Nosso bebê tinha puxado os pais mesmo e não quis ficar de fora da viagem internacional... O nosso bebê foi conosco e curtiu tudo no seu ninho de amor!

Contamos da gravidez apenas para a minha mãe, pois precisaria mais do que nunca dos mimos e das orações dela. Para o restante da família, contaríamos após os 3 meses. Após a primeira consulta de pré natal, fizemos o primeiro ultrassom (eu já estava com 8 semanas de gestação). O exame estava marcado para as 18:00 para que meu esposo pudesse ir (o dia mais longo da minha vida), como eu queria escutar o coraçãozinho do nosso bebê! Eis que na hora do exame, visualizamos apenas o saco gestacional, o embrião não (tive uma gravidez anembrionária)...

O coração que não ouvi não era somente dele, do nosso filho, mas era o meu também... Eu não acreditava que tinha esperado tanto para não sentir e ouvir o meu filho... O médico do ultrassom e a médica do pré natal pediram para repetir o exame depois de 2 semanas sugerindo erro de data (mas eu tinha certeza das datas, refazia todo o calendário na minha mente e sabia que não estava errada). Chorei a noite inteira e meu marido ainda manteve a esperança de “erro de datas” como os doutores da medicina. No dia seguinte, senti cólicas e o sangue desceu (aborto espontâneo). Que dor! Dor na alma, no coração... Dor que nunca havia sentido na vida... Mas Deus é tão bom que neste dia pude ficar em casa (era feriado da minha Santa de devoção) e pude me apegar a Ela e rezar pedindo que me curasse da dor, do buraco que havia se instalado em mim, no meu corpo e nos planos que havíamos projetado... No nosso coração, o nosso anjinho estará para sempre e temos a certeza de que ele nos protege e enviará um dia o seu irmãozinho para badalar conosco! Continuamos aguardando a nossa hora e os pedidos nas igrejas portenhas não será em vão... Que assim seja, amém!

Autora Anônima

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Perda Gestacional: Rede de apoio


Assim que contei da minha perda gestacional para a família e também em minhas redes sociais apareceram muitas pessoas, MUITAS, que haviam passado por essa situação. Fiquei impressionada com tantos relatos de pessoas que já viveram perdas e com a rede de apoio que se formou ao meu redor. Sou muitíssimo grata a cada mensagem que recebi, a cada visita, a cada abraço, a cada presente fofo, a cada oração, a cada TUDO que possam ter oferecido de coração para que eu me sentisse melhor. Com certeza isso fez muita diferença para mim. Por mais que eu tenha buscado internamente forças para me recuperar, a minha rede de pessoas queridas me deixou muito bem amparada.

Abriu-se uma cortina em minha vida: muitas famílias perdem seus bebezinhos. A partir deste dia apareceram muitas mulheres que já haviam vivido o aborto e que vieram me procurar para conversar e contar um pouco das suas histórias e tentar me ajudar com as experiências vividas. Percebi que muitas delas viveram o aborto de forma silenciosa, sem amigos e familiares saberem. Algumas eram tão próximas e eu não imaginava as histórias que já haviam passado. Por isso resolvi escrever muitas coisas sobre o que vivi pois estes textos podem ajudar a quem passou, de maneira silenciosa ou não, por esta situação, e também, me ajudam pois escrever me faz um bem daqueles e posso fazer parte da rede de apoio de pessoas que talvez eu nem vá conhecer! O primeiro texto foi sobre como descobri que havia perdido o bebê e a mudança que isso causou em minha vida.


terça-feira, 29 de maio de 2018

Perda gestacional: o princípio de uma nova fase de vida

Difícil até iniciar esse texto, mas quero muito escrever para vocês sobre o acontecido. Levei algum tempo para assimilar tudo o que passou e ter forças para escrever. No final de 2017, após muitas tentativas, veio a notícia de que estávamos grávidos. Nos preparamos muito para receber esse filho, bem como a Nina, minha filha. Mudamos de apartamento para poder caber mais pessoinhas lindas com tranquilidade (antes mesmo de engravidar), programamos o nosso ano de 2018, escolhemos um nome de menina e um de menino, sonhamos, planejamos e amamos estar grávidos novamente! Em minha intuição era um menino, e se chamaria Saulo (significado: aquele que foi muito desejado, que foi pedido insistentemente, aquele que foi conseguido através de orações).

Ultrassonografia, primeiro trimestre, translucência nucal, TN, Nasceu uma Mãe, gravidez, sexo do bebê, é menino, é menina, Mamãe Gatona, síndrome de down, doença cardíacas