terça-feira, 15 de novembro de 2016

Assumindo os cachinhos! Empoderamento infantil


É no mês de Novembro que o calendário de datas comemorativas brasileiras tem uma de suas mais importantes conquistas: o Dia 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra. 
 
Mas, o que essa data tem a ver com nossos filhos? Tudo! Para formamos cidadãos melhores e mais empáticos precisamos trabalhar com nossos filhotes, desde pequenos, que ninguém é melhor ou pior que ninguém, somos apenas diferentes, mas com IGUALDADE DE DIREITOS. Segundo a Declaração dos Direitos da Criança, todas as crianças devem ter direito à igualdade de tratamento sem distinção de raça, cor, sexo, religião etc.


assumindo os cachinhos empoderamento infantil


Como garantir que nossas crianças tenham esse direito respeitado? Que brinquem, se relacionem e interajam com integridade, garantindo que não sejam vítimas de preconceito de espécie alguma? Penso que uma das ações indispensáveis para se garantir tal direito é trabalharmos com nossos filhos sobre o EMPODERAMENTO INFANTIL. 
 
Empoderar-se não tem nada a ver com exercer poder sobre outro, mas sim, ter domínio sobre si mesmo, suas opiniões e escolhas. O ato de empoderar é considerado uma atitude social que consiste na conscientização dos variados grupos sociais, principalmente as minorias, sobre a importância do seu posicionamento e visibilidade como meio para lutar por seus direitos. Nesse sentido, empoderamento infantil significa dar às crianças possibilidades para assumirem seus valores, suas aparências, suas opiniões e desejos sem precisar se envergonhar por isso.

Isso significa não apenas educar nossas crianças para respeitar o "outro", mas CONHECER, RESPEITAR, ACEITAR e AMAR a si mesmas. Conhecer as raízes familiares é um ótimo começo. Converse com seu(a) filho(a) sobre suas heranças e história. Mostre fotografias de família ou confeccione com ele uma árvore genealógica conversando sobre suas heranças hereditárias e culturais. Fale de seus costumes, seus locais de origem, as cores de pele e o tipos de cabelo presentes na família.

A questão do cabelo também é muito importante para a construção da identidade de uma criança. Lembro-me de quando o cabelinho do João começou a cachear por volta de 4 meses de idade. Muitas pessoas soltavam comentários "dispensáveis" do tipo: "Que pena, o cabelo dele era tão lisinho e está começando a cachear!"...imaginem a minha cara!! Hoje em dia a maioria das pessoas acham o cabelinho dele lindo e elogiam, mas ainda tenho que ouvir: "Não vai cortar o cabelo dele ? Está muito alto!". 
 
Esses comentários só revelam a sociedade preconceituosa em que vivemos, que prioriza a cultura europeia e considera como padrões de beleza a pele branca, o cabelo liso e os olhos claros. João tem pele branca e olhos claros, mas não permito que ele se esqueça da origem de seus cabelos cacheados. A maior parte da família do meu marido é negra e essa é a raiz de João, disso eu não quero que ele se esqueça nunca, que ser negro é, antes de tudo, uma questão de identidade e não de cor de pele. 


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Sei que os comentários que ele possa ouvir um dia sobre seu cabelo não é nada perto do preconceito que várias crianças negras e de cabelo crespo (que não é "cabelo ruim", crespo somente, por favor!!) passam diariamente, mas quis trazer esse exemplo pra vocês apenas para que possamos refletir e amar nossas crianças que são todas lindas, cada uma em sua especificidade. Por isso eu peço, ou melhor, suplico, que deixem seus meninos e meninas com seus cachinhos ou cabelos crespos! Não alisem e nem usem produtos químicos neles(as), afinal, são apenas crianças. Nós, adultos, que somos responsáveis por influenciar e ditar padrões de beleza. Além de mãe, sou professora e vejo o quanto as meninas (principalmente) sofrem desde muito novas para se adequarem aos estereótipos impostos pela mídia. E nós, enquanto famílias, vamos continuar reforçando isso?

Enfim, hoje João ama seus cachinhos e gosta que eles fiquem bem no estilo "black power"(rsrs).  Isso também é empoderamento infantil!


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"Se o meu cabelo é doido, é doido por querer...
talvez você não saiba, sou doida por você!" (Música de Fernanda Takai)

Uma outra dica bacana pra se tratar do assunto com as crianças é usar a literatura como recurso lúdico e divertido para se falar de coisas tão sérias. Deixo, então, algumas dicas de livros para leitura com os pequenos e também links com ótimas leituras para os adultos:

 Links: 
Livros: 
assumindo os cachinhos empoderamento infantil

Veja sinopse

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Veja sinopse

E então, gostou do post? Tem alguma experiência com seu filhote sobre esse assunto?
Conta pra gente! Até o próximo post e beijo no <3

Talyta Andrade
@joao_passeia









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3 comentários:

  1. Queria saber como vc cuida desse cabelinhi lindo ❤
    Meu filho mostrou ter cabelos cacheados des dos 4 meses apos nascer tbm e perto dos 1 aninho dele passei a aparar só as pontinhas, o pai nao gosta do cabelo cacheado dele mais eu gosto e to querendo deixar crescer, acho lindo meninos cacheados e quero dicas de como cuidar pelo fato dele ser pequeno, tem 3 anos semore deixei o pai cortar, mais agr ja chega quero ver meu filho cacheadao mesmo! Ta na hr ja ❤

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    1. Obrigada!❤ Então, lavo com shampoo infantil pra cabelos cacheados (qualquer marca) e sempre passo o creme sem enxágue para cabelos cacheados. Gosto mais do "Toin oin oin" da Natura!

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  2. Sim! Adorei! Foi a motivação de um dos livros que lancei recentemente "Os Cabelos de Otto". Isto talvez não seja dito lá de forma tão explícita, mas a principal mensagem é independente do nosso tipo de cabelo, importa o que temos na cabeça! Confira o que publiquei no meu insta, justamente hoje, por uma grata coincidência! https://www.instagram.com/p/CW6JrwULM0r/?utm_medium=copy_link postei lá no zap do Clube Mamãe Sortuda tb 😉. Obrigada pela troca, Talyta! A Helô inclusive recebeu a coleção "Os Cinco Sentidos de Otto"! 🥰🙏🏽🌟

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