Meu filho é tímido! E agora?

Dione Lopes Fotografia

Crianças já nascem com um jeitinho peculiar e o que você fará brotar a partir do que já veio pronto é o que conta. Não mudamos ninguém, mas ensinamos e ressaltamos o que queremos. Acreditem, eles estão de olho bem aberto em tudo o que você faz antes mesmo de esboçarem palavras e após o desenvolvimento da linguagem, repetem as frases que você diz a todo instante!

Cecília veio extremamente tímida! Nenhuma surpresa para a minha família que via nela até uma versão melhorada de mim, já que além de ser muito tímida, chorava diante de situações simples como um "Boa tarde!" de alguém desconhecido! risos. A Cecília chora, mas chora quando as pessoas riem de algo que ela falou, se sorriem por terem achado algo fofo ou quando até mesmo, não tem nada a ver com ela, mas aconteceu em sua presença.. É dela gente! Não sei nem quando começou, sempre foi assim. Eu luto bravamente para isso mudar, porque sei que é algo que a faz sofrer e não quero que ela seja tão preocupada com a opinião das pessoas e que entenda que sorrir é ótimo e fazer as pessoas se sentirem bem e felizes é melhor ainda!

Dione Lopes Fotografia

Com o tempo venho percebendo uma evolução da Cecília para algumas coisas e outras, nem tanto. De uns tempos para cá, Cecília tem amado receber visitas em casa! Em seu ambiente ela se sente mais segura e ela se solta, puxa papo, brinca e é ela em todo o seu potencial. Eis que fomos para BH nestas férias de Julho e ela me surpreendeu mais ainda com sua maneira de ficar na casa da minha vó, repleta de pessoas. Todos os familiares belorizontinos que não víamos a 6 meses ou mais, repararam como ela estava mais solta e segura.

Estamos vencendo essa introspecção juntas com 5 medidas simples, já que a introspecção pode andar juntinha com a insegurança e quero que ela confie em si mesma em uma "timidez confiante".

1- Respeito!

Eu respeito a sua vontade. Não quer dançar? Não dança. Não quer dar beijo em alguém? Não precisa. Quer o meu colo e precisa de aconchego por alguma vergonha? Estou aqui. Não quer ir no colo do Papai Noel? Não vai. Ela não precisa fazer absolutamente nada para me agradar ou agradar a outra pessoa que não faça sentido para ela nesta idade, seus poucos 3 anos que acabou de fazer. MAS, repito MAS: sempre conversamos sobre o que aconteceu ali! Da importância de cumprimentarmos, de como é legal dançar, tratar as pessoas bem, fazer amigos e vivenciar coisas bacanas. 

2- Reconhecimento!

Forçar algo não é ensinar, a criança precisa ser respeitada para que se desenvolva com saúde emocional. Cecília é extremamente carinhosa, doce, doce, doce.. me abraça mil vezes por dia e chega a ter um pouco desse mel, com pessoas mais próximas. Eu valorizo seu esforço, elogio quando ela avança, digo como as pessoas ficaram felizes com o abraço que ela deu e de como demonstrar carinho e amor, faz com que todos fiquem felizes.

Dione Lopes Fotografia

3- Apoio!

Eu apoio a sua vontade de socializar, mesmo que bloqueada pela vergonha. Como assim? Mostro para ela como se faz, chamo o amiguinho que ela quer interagir, apresento para ela, faço a primeira interação. Ela se solta depois disso! É mágico! Ela se sente segura quando eu chego junto dela e vê que realmente é uma coisa bacana em se fazer. Chega a ser fofo quando ela questiona que eu ainda não apresentei alguém para ela! 

4- Lembrança!

Com esse negócio dela ter vergonha de quando a pessoas riem em sua volta, sempre tento que ela recorde de algo que a fez rir bastante ou o contrário, quando ela sorri eu digo, viu como é divertido quando alguém faz a gente feliz! A gente gosta de pessoas  e coisas que fazem a gente sorrir! É muito bom fazer as pessoas felizes, feio é fazer alguém chorar e se sentir triste.

Dione Lopes Fotografia

5- Nomear emoções!

O sorriso, a gargalhada, a risada ou aquele risinho maroto, sempre entram em nossas conversas sobre emoções. E vamos conversando devagar sobre a delicia que é se sentir feliz! Mas já falei do choro de tristeza e depois eu tive que explicar que tem vez que a gente chora de emoção, porque achamos algo lindo e emocionante. Ficamos orgulhosos, igual o papai Smurf ( clichê daqui de casa) e tento contar como é bom a gente se emocionar por algo! Choros e sorrisos tem mil explicações e sempre que tenho oportunidade tento nomear mais emoções. Espero que assim ela cresça percebendo e sentindo com segurança.

Dicas de mãe pedagoga, que sempre amou desenvolvimento infantil, com muito carinho para vocês!

Beijos