sábado, 23 de junho de 2018

A chegada do segundo filho entre desabafos e dicas!

A gente lê, aconselha outras pessoas, busca no fundo do baú teorias e práticas psicopedagógicas aprendidas, e quando chega a nossa hora percebemos que nem sempre dá pra usar a razão e ficar calma. Amparar o primeiro filho no auge do cansaço das noites mal dormidas com o segundo, é algo que os livros não contam como é difícil. Mas vamos seguindo, acertando e errando; se culpando e desculpando.


A chegada do segundo filho entre desabafos e dicas!


O que eu digo em conversas com amigas, e penso sobre a educação das minhas filhas é: Não dá pra não gritar nenhuma vez e sempre escolher as melhores palavras numa negociação com nossos filhos, mas o que você quer que sobressaia? O que você quer fazer uns 70% do tempo? Como rotina? Essa é a diferença, a escolha a ser feita e humanamente possível!

A conversa com as crianças é cheia de atalhos e esquecemos que são armadilhas, o que fazemos e falamos vão construindo a relação dos seres humanos envolvidos, nós e as crianças. Quando pego algum atalho e me visto de "lobo mal da educação", porque eu sou uma mãe de carne e osso, errando como qualquer ser humano, eu peço desculpas e converso depois; explico, tento dizer como quero o seu bem e falo de amor que tem seus "nãos" e preocupações!


As crianças entendem! Sabem quando estão sendo compradas, chantageadas, ameaçadas, quando não são apoiadas, quando cobradas para serem as melhores, comparadas e por aí vai! Elas sentem e aprendem! Copiam e nos respondem da maneira como são tratadas por nós. As de hoje com o software avançado então? Estão dando nó em pingo d'água!

A chegada do segundo filho entre desabafos e dicas!

Falei isso tudo pra quê?

Eu aqui, acostumada com minha relação de todo dia como mãe da Cecília e esposa do Pedro, chega a Antonela!

Como fiz para que meu relacionamento com a minha filha tentasse manter a média dos 70% de conversas e combinados bacanas?

Como dar conta de duas demandas tão opostas: O cuidado de um bebê, e a rotina de uma criança na primeira infância no auge das descobertas, perguntas, mil interesses, com uma autonomia e independência crescente demandando atenção e muito carinho?

Fui bolando algumas coisas e outras apareceram no improviso!

A chegada do segundo filho entre desabafos e dicas!

Primeiro dia, quando minha filha foi ao hospital conhecer a irmã, liguei para ela e disse que precisava dela comigo! Que estava com saudade e queria muito que ela fosse me dar um abraço no hospital. Comentei que tinha que ficar lá, pois estava recebendo um remedinho pela máquina, para eu não sentir dor depois que o médico tirou a Antonela da minha barriga! 

Ela chegou! Antonela estava mamando e eu logo falei mil coisas sobre a Cecília ter chegado, demonstrando toda a minha felicidade dela estar ali com a gente: "Olha quem está aqui! Vem logo pra cá ficar com a gente! Passa álcool na mão e senta aqui do meu ladinho!"

E por aí foi, entre beijos e muito carinho! Dei a Antonela para uma das avós e fiquei só com a Cecília na cama, foi quando ela pediu para segurar a irmã e deu tudo certo! O olhar dela para a irmã me mostrou que havíamos começado com o pé direito!

Por aqui, as minhas filhas trocaram os famosos presentes entre os irmãos. E como eu precisava que Cecília quisesse voltar para casa, dei um presente que ela montaria e traria para seu mini escritório: um kit de durex colorido das princesas e um kit de miçangas para você montar suas bijouterias da Barbie! Deu mais que certo! Veio feliz ficar com as avós enquanto fiquei no hospital com a irmã e o pai. Fez um colar para ela, pra vó e foi uma festa!

A chegada do segundo filho entre desabafos e dicas!

No segundo dia, conversei com a Cecília somente por telefone! Na parte da manhã pedi para o pai ir ao shopping comprar umas mini trufas da Cacau Show que seriam as lembrancinhas da Antonela, imprimir as etiquetas que estavam prontas no computador e revelar uma foto da irmãzinha para ela levar a aula junto com uma lembrancinha para cada amiga e professora! Deu super certo! Foi feliz para a aula! Não deu trabalho e vencemos mais um dia! 

A chegada do segundo filho entre desabafos e dicas!

Terceiro dia!

De manhã assim que a médica entrou no quarto e brincando comigo sobre eu estar doida para ir para casa, desabei a chorar pensando na Cecília! Não via a hora de estar todo mundo juntinho! Sai do hospital as 10h da manhã e nesse dia ela não foi a aula. Ficamos todos em casa e ela continuava com o olhar encantador pela irmã!

Em casa, proibi que qualquer coisa que não desse para ser feita, os adultos não culpassem a Antonela e pedi para que tentassem explicar melhor as coisas para a Cecília, as crianças entendem! Acredite e não se esqueça!

Além disso, não queria também que se ela não comesse o arroz com feijão alguém virasse e falasse, vou dar para a Antonela. Nada que colocasse as duas em comparação ou que a chegada da irmã fosse algo que trouxesse o sentimento de que ela pudesse ser substituída.

Não foi fácil, não era só eu e meu marido com elas, as duas avós estavam aqui também e elas não possuem essa obrigação de educar que a gente tem, fazem do jeito delas, sempre com amor, mas nem sempre da maneira como faríamos.

A chegada do segundo filho entre desabafos e dicas!

No fim, eu consegui fazer isso com a Cecília, eu consegui continuar nossa relação de confiança, ela não me rejeitou, não rejeitou a irmã. Até que um dia, ela chorou com o pai no carro. Chorou que não queria mais a irmã. Assim que o pai chegou com ela da escola, me contou e fui para o quarto conversar, só nós duas e falamos muito sobre sentimentos!

Disse para ela que um bebê dá muito trabalho, até os bebês de bichinhos! Mostrei vídeo de uma mamãe macaca cuidando do filhotinho, da mamãe galinha com os filhotinhos debaixo da asa e falei do bebê humano! Ele não anda então precisa de colo, não tem dente então precisa do mama e nem sabe falar então ele chora pra tentar dizer quando tem uma coisa não tão legal acontecendo. E terminei a nossa conversa com algo assim:

"Filha, quando qualquer pessoa chega em uma casa é pra trazer mais alegria e amor, a Antonela veio para ser sua companheira e você vai ver já já quando ela crescer mais um pouquinho, vamos ver o filme Frozen hoje? Pra você lembrar do amor de irmãs? Eu te amo minha filha, você foi meu primeiro amor! Minha primeira filha! Tudo o que você precisar você pode me falar. As vezes a mamãe está no quarto deitada, mas é porque a mamãe está acordando muito de noite e fica cansada! Mas eu sempre vou estar com você! Você pode ir no meu quarto a hora que você quiser. Eu te amo!" 

Acho que repeti uns dez "eu te amo"! risos. O resultado foi um abraço muito apertado um sorrisinho nos lábios e um lembrete sempre que alguém fala que ela não pode ir no quarto: "Minha mãe disse que eu posso ir falar com ela sempre que eu quiser!"

Dei um tiro no meu pé né? risos. Mas combinei com meu marido de sempre distrair a Cecília, tirar a  atenção do quarto, de mim, sem falar pra ela não ir, sendo uma boa companhia e fazendo coisas interessantes, começando outra brincadeira... Tem dado certo!

A chegada do segundo filho entre desabafos e dicas!

Além disso, eu insiro a Antonela nas brincadeiras, brinco com a Cecília com a Antonela no colo e por aí vai! Deixo ela participar: pegar a irmã, me ajudar no banho, estar com a gente deitadinha na minha cama enquanto dou mama; abraço, beijo e dou muito cheiro no pescoço!

Mesmo assim, vez ou outra, quando estou falando igual boba com a Antonela eu escuto: "Porque você não fala mais assim comigo, mãe?" E sempre respondo brincando, fazendo graça, explicando como a gente fala igual bobo com bebê. Quando pego ela falando igual boba com a Antonela, porque ela fala e eu morro de rir, eu repito a pergunta dela e ela sorri! Eu só relembro: "Viu como a gente fala igual bobo com bebê? Porque será hein?" risos.

A chegada do segundo filho entre desabafos e dicas!

Apesar de todo amor, carinho e cuidado com os sentimentos dela, tentando trazer a Cecília para perto de mim, me contando o que sente, continuei com os limites e não aceito gritos e respostas mal educadas. Além disso, não amoleci na hora da comida: tem que comer o verdinho, sim; as sementinhas do arroz, sim! E nada dos limites e combinados que estabelecemos desde sempre foi alterado, continuo firme.

Cecília me deu trabalho para tomar banho umas três vezes e fomos conversando muito sobre como ela ficar desobediente me deixa triste, que eu não quero mais levá-la a força para o banho como levei, mas se precisar eu levo, pois o banho é para o bem dela e eu só quero o seu bem!

Aqui a conversa amigável, tem uma "fuzilada de olhar metralhadora" e uma "pegada de eu que mando nessa casa!", sem moleza. 

A chegada do segundo filho entre desabafos e dicas!

Eu procurei o ciúmes, com sua personalidade Cecília vinha escondendo de mim e demonstrando de outras formas. O ciuminho é normal, mas desde sempre é importante que cada um saiba como é insubstituível, incomparável e único, um ser individual com potencialidades mil! Reforçadas e apoiadas a partir da educação que recebe.

Você quer ser um educador? Um adulto que interage com a criança tratando-a como ser pensante e em constante aprendizado?

Tenha olhos para ver suas necessidades e busque ajuda profissional sempre que precisar! Crianças gritam por amor todos os dias, e ele é o caminho para a educação de qualidade, sempre o amor!

Beijos






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