segunda-feira, 25 de junho de 2018

Perda Gestacional: Rede de apoio


Assim que contei da minha perda gestacional para a família e também em minhas redes sociais apareceram muitas pessoas, MUITAS, que haviam passado por essa situação. Fiquei impressionada com tantos relatos de pessoas que já viveram perdas e com a rede de apoio que se formou ao meu redor. Sou muitíssimo grata a cada mensagem que recebi, a cada visita, a cada abraço, a cada presente fofo, a cada oração, a cada TUDO que possam ter oferecido de coração para que eu me sentisse melhor. Com certeza isso fez muita diferença para mim. Por mais que eu tenha buscado internamente forças para me recuperar, a minha rede de pessoas queridas me deixou muito bem amparada.

Abriu-se uma cortina em minha vida: muitas famílias perdem seus bebezinhos. A partir deste dia apareceram muitas mulheres que já haviam vivido o aborto e que vieram me procurar para conversar e contar um pouco das suas histórias e tentar me ajudar com as experiências vividas. Percebi que muitas delas viveram o aborto de forma silenciosa, sem amigos e familiares saberem. Algumas eram tão próximas e eu não imaginava as histórias que já haviam passado. Por isso resolvi escrever muitas coisas sobre o que vivi pois estes textos podem ajudar a quem passou, de maneira silenciosa ou não, por esta situação, e também, me ajudam pois escrever me faz um bem daqueles e posso fazer parte da rede de apoio de pessoas que talvez eu nem vá conhecer! O primeiro texto foi sobre como descobri que havia perdido o bebê e a mudança que isso causou em minha vida.



Bem, nosso bebezinho virou anjinho, com quase 12 semanas, que é o tempo considerado de maior risco para abortos espontâneos. No mesmo dia do ocorrido comecei a ler várias coisas para tentar entender o porquê e também para entender como seria o processo daquele momento pra frente. E no meio de tantas mensagens chorosas e de dor, em bate-papos, em sites de maternidade, havia uma mensagem de uma mãe, que me chamou muito a atenção. Ela também havia perdido o seu bebê, mas ela trazia tantas palavras de esperança e falava de Deus. Guardei aquela mensagem em meu coração! Era o que precisava para aquele dia turbulento e difícil. 

No segundo dia fiquei o dia inteiro no sofá olhando para televisão sem assistir nada verdadeiramente. À noite me deu um estalo de que eu não podia ficar daquele jeito. Fui ao supermercado comprar uns ingredientes. Coloquei músicas animadas no talo “Fat Family”, “Lulu Santos” e “Bruno Mars”. Nina dançava, eu e meu marido também! Cozinhando e dançando! Saiu uma massa à carbonara deliciosa. Era o que eu precisava para aquele dia: fazer algo que me deixasse feliz. 

E assim foram seguindo os dias e também um carrossel de emoções. Hora chorava, hora me sentia culpada achando que eu poderia ter feito algo para evitar a perda, hora tinha vontade de conversar e hora não tinha vontade de nada ... mas fui me reforçando, dia após dia.

Quem leu o livro “Pollyanna” vai se lembrar do "jogo do contente". Mesmo em momentos de tristeza ela buscava motivos para se alegrar e ficar contente. Então hoje tenho buscado motivos para me alegrar. No meu “jogo do contente” agradeço a Deus por tudo que faz em minha vida, fico contente pelas mensagens lindas que recebi que me fizeram tão bem, fico contente pela família linda que tenho, fico contente por ter recebido apoio de amigas que já tinham passado por este momento e que me fortaleceram, fico contente por ter entrado em um momento de autoconhecimento fantástico, contente por ter a Nina de grudinho comigo, contente por hoje estar escrevendo esse texto com o coração leve, contente por ter tido a oportunidade de enxergar um mundo que eu não conhecia e poder ajudar também outras pessoas, contente por ter tido uma rede de apoio tão linda, contente por ser quem eu sou... e por aí vai um lista infinita.

Viver o nosso luto é importante, mas também acreditar em novas oportunidades, novos caminhos, e buscar em pequenas coisas motivos para sorrir também é!

Agora em abril talvez eu tenha tido a minha pior crise emocional desde o ocorrido. Fiquei travada para trabalhar, não queria ver ninguém, me pegava de repente chorando, e vivi um turbilhão de emoções, justamente em um momento em que eu não podia arrear as forças pois haviam compromissos sérios e inadiáveis. Tive que tirar as forças do buraco, mas consegui, venci! Com a rede de apoio que se formou tive a oportunidade de fazer diversos tratamentos alternativos, que vem me ajudando exponencialmente e me transformando (que falarei exclusivamente sobre nos próximos textos).

Porque estou falando isso? Vão haver momentos de baixa, mas não podemos deixá-los nos vencer. A força da superação está dentro de nós e ter pessoas próximas amadas para nos escutar, abraçar e trocar palavras faz bem também! Acreditar em novas histórias nos renova! Acreditar que não há uma só folha que caia no chão nesse universo sem que o nosso criador tenha quisto é confortante. Em cada desafio deste ano tenho enxergado missões de amor, e isso também me faz contente!!!

Já fez aí o seu "jogo do contente"?
Feche os seus olhos, e sinta em seu coração o que, hoje,
apesar de todos os problemas de vida, te faz contente!

Leia também: Perda gestacional: o princípio de uma nova fase de vida.

Se você passou por esta situação, quer conversar, tem alguma dúvida, 
quer me enviar alguma história, pode me chamar em meu whatsapp. 
(31) 98771-5676 ou e-mail helodrumond@gmail.com.





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