quinta-feira, 12 de setembro de 2019

A criança de 7 anos: as delícias e desafios da idade!


Tem criança de 7 anos aí?
Eita idade pra virar a gente de cabeça pra baixo! 

Fotos @andreaalves.fotografia

João está crescendo e fico encantada com cada avanço e aprendizagem em todas as suas fases. De uns anos pra cá, cada vez mais a personalidade dele está se despertando e demonstrando o menino ativo e curioso que está se tornando. A fase dos 3/4 anos foi a fase das gracinhas! Aos 5, a fase da alegria! Os 6 vieram trazendo um mundo novo a ser descoberto, com muitas letras, números e processo de alfabetização sendo sistematizado, quanto aprendizado e quanto orgulho do meu pequeno! Já os 7...ah, os 7! Nem só de delicias vivemos...rsrs. Muitas descobertas, mas muitos momentos tensos também!



Já comentei que tenho vivido dias de desafios com João, como ele mudou! Parece que os 7 anos fizeram virar uma "chavinha" nele . Diante desses desafios, resolvi então pesquisar e revisitar algumas coisas que já tinha estudado no curso de Pedagogia, sobre a Psicologia do Desenvolvimento Infantil. Daí me lembrei que tudo é fase e passa, ufa!! E que em todas as fases existem os processos de tensão que são necessários para estabelecer um conhecimento, formar a base, para então evoluir para a construção da próxima aprendizagem. Todo o processo é muito importante e até mesmo os momentos mais difíceis devem ser valorizados. 

Vou listar aqui algumas das características da criança nessa faixa etária que podem até parecer "defeitos", mas não são de jeito nenhum! São apenas traços da idade e que fazem parte do processo de desenvolvimento de toda criança saudável.


A criança aos 7 anos...

*Descobre o exterior, os próprios sentimentos, incorpora valores, e há uma intensa troca com o mundo;
*Ainda é ligada ao mundo imaginário, mas está cada vez mais descobrindo o mundo real;
*A descoberta do mundo real traz medos reais também;
*Demonstra medo tanto de seres imaginários, quanto de situações reais, como a morte, brigas na família etc...
*É egocêntrica! Tem razão em tudo, somente a sua opinião é correta! 
*Reclama muito quando algo não lhe agrada, argumentado sempre em favor próprio;
*Sabe tudo e quer tudo; e quer fazer tudo à sua maneira;
*Reage lenta ou negativamente quanto a uma ordem, mas passado um bocado talvez a ponha em prática espontaneamente, como se se tratasse de ideia sua;
*Tem certa irresponsabilidade;
*Gosta de possuir grande número de coisas mas não as cuida;
*Deseja e precisa de ser a primeira, a mais querida;
*Adora o elogio e não tolera a crítica;
*Tem dificuldade em obedecer e atender a ordens.




Algumas estratégias que tem me ajudado...

Sobre obediência, respeito aos combinados:

Tenho feito o quadro de rotina semanal com João. Nada muito elaborado, apenas um quadro de papel que eu mesma fiz e, toda semana, nós reorganizamos juntos e fazemos os combinados para aquele período. Na maioria das vezes tem funcionado. Mas tem dias em que não rola? Tem!! Daí é relaxar e se comprometer a cumprir no outro dia, conversar junto e refazer combinados. 

É um trabalho cansativo, mas tem que ser diário e com persistência. Aos poucos a criança vai se ajeitando e respeitando cada vez mais a organização proposta. E quando ela participa dessa organização podendo dar sua opinião, a apropriação fica ainda melhor. 


Sobre reclamações, questionamentos...

Muito diálogo!! Geralmente João não aceita minhas intervenções, somente ele é o certo. Fica com raiva, faz pirraça, fecha a cara e até já está se trancando no quarto (que pré-adolescência precoce é essa, meu Deus?!). Nesses momentos só tenho um conselho: muita calma nessa hora!! Não vai adiantar em nada nos desestabilizarmos diante da criança. Devemos nos lembrar que nós somos os adultos. 

Na maioria das vezes deixo ele sentir toda a sua raiva, dou um tempo até se acalmar e daí conversamos. Sempre tento explicar o porquê daquele "não" que ele ouviu e dou opções para ele escolher também. Mas atenção, é uma escolha direcionada. Não estou dizendo que devemos deixar a criança sempre fazer o que ela quer, mas devemos dar uma chance de escolha (dentro de opções que já selecionamos). Dessa forma, a criança se sente respeitada, com poder de escolha. Mas, e quando nem isso resolve os conflitos? Aí é continuar com pulso firme, conversar com firmeza, mas evitar as brigas e gritos. É aquela história da FIRMEZA e GENTILEZA. Não é fácil encontrar esse equilíbrio, mas é possível! 

Uma coisa que funciona bem com o João é a aplicação da consequência em relação a algum ato inadequado dele. Por que eu não disse "castigo"? Porque realmente não considero assim, castigo é descontextualizado, apenas uma punição. O que tenho tentado com ele é fazê-lo refletir que para toda ação existe uma consequência, seja ela boa ou ruim. Por exemplo, se ele não foi respeitoso com a amiguinha do prédio e brigou repetidas vezes com ela, não irei deixá-lo ir até a casa dela todo final de semana, como de costume, pois se eles não estão brincando de forma respeitosa, não faz sentido ficar perto e brigando o tempo todo. Assim, ele aprende que haverá uma perda relacionada com seu próprio erro e sentirá a necessidade de mudar.




Enfim...tentei expor apenas um pouco do que tenho conseguido fazer aqui em casa, mas ainda existem vários outros pontos que ainda não tenho respostas nem estratégias. Mas ser mãe e pai é isso, aprendizado diário! Não podemos é desistir de ajudar nossos filhos nesse crescimento diário em meio a erros, culpas, arrependimentos e acertos também. E o mais importante, sempre com respeito e muito amor!

Muita força pra nós nessa missão!


Talyta Andrade
@joaoemaria_passeiam


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