sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Desmame gentil: dicas que deram certo com meu bebê!



Desmame gentil é o processo em que você retira as mamadas do seu filho de forma gradual e respeitosa, sentindo que os dois, tanto você quanto ele, estão preparados para esse processo. É basicamente um desmame em que você respeita o tempo da criança sem precisar recorrer a estratégias agressivas.






Hoje vim contar para vocês como foi minha experiência de desmame com a Maria Fernanda que hoje está com 1 ano e 9 meses. Sabemos que a orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é que o bebê mame exclusivamente até o 6º mês de vida e como forma complementar até os 2 anos de idade ou mais.

Mas, por que eu queria desmamar antes dos 2 anos, então? Não foi uma decisão fácil, acreditem! Mas eu estava precisando disso. As mamadas noturnas estavam acabando comigo, eram em média 5 a 6 vezes na noite, ou seja, eu estava virando uma mãe zumbi (rsrs). Não era algo que eu queria de coração, mas era necessário. A privação de sono já estava me deixando doente, irritada, estressada demais...então me agarrei nisso, quero estar bem pra cuidar deles. Filhos precisam de mães felizes e menos cansadas.

Porém, não consegui retirar no período das minhas férias, como havia idealizado. Não consegui porque não tentei mesmo, não me sentia pronta para o "meu desmame". Foi então que, após uma noite inteira mamando (como sempre foi desde que nasceu), numa bela manhã, Mafê acordou e não pediu mais. Fui deixando e vi que ela estava aceitando a mamadeira e dormindo apenas sendo ninada. Os dias foram se passando e foi super tranquilo! Finalmente aconteceu, e foi gentil e foi com acolhimento. Maria Fernanda desmamou por si própria. Simplesmente parou de pedir o "mamá" de um dia para o outro.

Eita menininha pra me surpreender! O processo foi super tranquilo, pelo ao menos para ela...porque eu sofri um pouquinho, viu...o "meu desmame" encontrou um pouco mais de resistência. No primeiro dia meus peitos encheram muito. Enquanto tomava banho, ordenhava, e também chorava vendo todo aquele leite indo embora pelo ralo abaixo...que dor! Principalmente por saber que não irei amamentar novamente nessa vida. 
 
Durante esses dias também usei uma faixa para apertar os seios, por orientação da pediatra da Mafê. Segundo ela, assim o espaço para as glândulas produzirem mais leite diminui e vai parando. Fui ordenhando e usando a faixa até que o leite secasse, não tive febre nem mastite. Enfim, não foram dias fáceis pra mim, mas segui. O medo bate. Medo de não ser mais tão necessária pra ela, medo de não ter mais um forte vínculo, medo, medo, medo...pura bobagem! O vínculo vem do coração, mães que não amamentam sabem bem disso.
E foi assim, sem despedida, sem cerimônia, sem foto da última mamada...apenas aconteceu! Romantizei tanto nossa despedida do aleitamento materno, pensei que teria que falar mil coisas, explicar, chorar...mas nada disso foi necessário. Ela simplesmente desmamou. As crianças são sábias, nós, adultos, que complicamos as coisas. Precisamos confiar mais nelas.
A nossa ansiedade não ajuda em nada e Deus sabe o tempo certo para todas as coisas, e as crianças também. Afinal, existe ser mais em conexão com Deus que elas?
 
E então, ela já está dormindo a noite toda? Ahh...Isso aí é outra história pra outro post! Por hoje, já fico feliz em dar essa notícia e mais feliz ainda em saber que minha filha foi respeitada em seu tempo e em sua vontade. Acredite no tempo do seu bebê! Pratique acolhimento e respeito, vocês dois sairão ganhando. Enfim...1 ano e 8 meses de muita resistência e amor líquido!
 
 

 
Bom...voltando ao título desse post, "Desmame Gentil", vou deixar algumas dicas aqui pra vocês. Pesquisei e li bastante nesse período em que estava planejando o desmame. Apesar de nosso processo ter sido mais um desmame natural, existe muito do desmame gentil envolvido também no processo. Então, vamos às dicas:


1 Nada de mentiras

Nada de passar pó de café, mertiolate, falar mentira dizendo que o "mamá tá doidoi", e um tanto de outras coisas que me sugeriram para afastar a bebê do seio de forma agressiva. Parece que não, mas bebês e crianças pequenas percebem quando não estamos sendo sinceras e isso pode fazer do desmame um processo muito mais estressante.


Dialogue com seu bebê

Pode parecer que eles não entendem nada, mas não se engane. Converse de forma sincera, repetidas vezes, e, em algum momento, seu bebê entenderá.
 
Após o desmame natural, Maria Fernanda chegou a procurar o peito após alguns dias. Foi num desses dias em que estava bastante irritada, com sono e queria apenas um aconchego. E me pediu: "Mamá!". Eu disse que o leitinho havia acabado e perguntei se ela queria "dedeira". Aceitou tranquilamente e ficou mamando bem aconchegada no meu colo. Agora, sempre que lembra, ela mesma já diz "Acabou o mamá, mamãe?".


3  Acolha

O maior receio das mães que desmamam (digo por mim) é perder aquele vínculo gostoso da hora da mamada. Mas isso não precisa acontecer. Nem para você, nem para o bebê. É possível e é necessário que o acolhimento no colo da mãe continue existindo, vocês dois precisam disso.


4 Substitua e distraia

A substituição no nosso caso foi com a mamadeira e Mafê aceitou super bem, foi o que funcionou pra nós. Descubra o que seu bebê aceita para substituir as horas da mamada. Ah, e claro que haverão momentos de recaída e protestos. Nesses momentos você precisa direcionar o foco do seu bebê para outra coisa, seja um brinquedo, uma atividade, um alimento, um momento de brincadeira entre vocês...o importante é distrair sem colocar o foco na perda do "mamá".


Conheça seu bebê e descubra uma outra forma dele pegar no sono

Por mais que, neste momento, você pense que é impossível seu bebê dormir de outra forma que não seja agarrado em seu peito, acredite, ele é capaz! Mas, como tudo na vida é aprendizado, o bebê precisa descobrir, com a ajuda da família, outras formas de dormir.

Aqui, Mafê ainda precisa da mamadeira antes de pegar no sono. Ela toma o leite, deitamos e então ela dorme, mas só se estiverem eu o pai do lado (fazemos cama compartilhada). Mas as formas pod
em ser várias, uma rotina de sono com história antes de dormir, uma ninadinha no colo, uma música...enfim, o que funcionar para sua família. É importante também que exista outra pessoa para lhe auxiliar nesse momento, o pais, a avó, uma tia...enfim, o importante é que seja uma pessoa com quem o bebê tenha vínculo afetivo e tranquilidade em estar junto.

Enfim, essas foram as minhas dicas, gostaram? 
Compartilhe com a gente se deu certo por aí!

Lembrando que não sou profissional da área da saúde nem especialista em amamentação, mas compartilhei com vocês o que deu certo na minha casa e espero que encontrem uma forma melhor aí pra vocês também. Mas, lembre-se sempre, com acolhimento, com respeito e com leveza. Tudo em seu tempo!
 
 
 
 
Abraços carinhosos!
Talyta Andrade (@joaoemaria_passeiam)
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