quarta-feira, 6 de junho de 2018

Briga por brinquedos: interfiro ou finjo que não estou vendo?


Anna está naquela fase complicada do “é meu”! Ou seja, compartilhar pode ser bem difícil... O problema se agrava quando ela está com crianças que têm o mesmo pensamento. E aí, tento apaziguar ou deixo eles se entenderem?



Fomos a um aniversário onde haviam vários brinquedos como bonecas, carrinhos de bonecas, bola, cozinha... Todas as crianças queriam brincar, né?! Até aí, normal. O problema era quando mais de uma queria o mesmo brinquedo...
Tinha uma menina que queria todos os brinquedos que a Anna pegava.

Na primeira vez, a deixei pegar o brinquedo. Fiquei de longe olhando. Na hora que a menina pegou o brinquedo, Anna virou para o lado, pegou outro brinquedo e ficou por isso mesmo. Então, nem cheguei perto, afinal, elas se entenderam. Ponto para minha filha, que soube emprestar para a amiguinha!

Na segunda vez, Anna não queria entregar o brinquedo (carrinho de bonecas). A menina insistia e tentava pegar da mão dela. Como ela era mais velha, eu tive que interferir, por medo da Anna sair machucada. Falei para a menina que a Anna estava brincando e, quando ela parasse, eu entregaria o carrinho para ela.

Saí de perto e deixei a Anna brincar. Anna largou o carrinho e pegou outro brinquedo. Invés da menina pegar o carrinho que ela queria antes, ela foi pegar o brinquedo que estava com a Anna e estava puxando, de novo. Lá vai eu me intrometer mais uma vez. Perguntei pra Anna: “filha, quer trocar este brinquedo pelo carrinho?”. Como ela respondeu que não, falei para a menina “você não queria o carrinho? Pode pegar! Agora a Anna quer a banheira. Ninguém estava brincando e ela pegou primeiro!”.

Então, a menina passou a me odiar, rsrsrs. Ela levou umas amiguinhas até a mesa onde eu estava para mostrar a “mãe da neném” e ficou reclamando de mim com elas!!! Morri de rir.

Se fiz certo, não sei. Mas meu marido e eu sempre agimos assim: quem pegou primeiro tem o direito.
Claro, que tentamos fazer brincar juntos, oferecemos trocas... mas a criança que já está brincando é quem escolhe.

Na mesma festa, por exemplo, Anna quis pegar brinquedos que estavam com outras crianças e eu não deixei, afinal, elas estavam brincando primeiro.

@minhas24horas e @laladoben

Não há receita de como agir, mas aqui vão algumas dicas de experiência própria mais algumas coletadas na internet para você pensar a respeito:

Nem sempre intervenha na hora
As brigas são normais na infância e são importantes para as crianças aprenderem a dialogar, questionar, negociar, resolver dificuldades e a interagir.  Caso não envolva agressividade e xingamentos, permita a discussão ocorrer. Assim, possivelmente as crianças chegarão a um acordo por conta própria.
Porém, depois de ocorrido, converse com a criança, pois isto será muito importante para o aprendizado já que temos que colocar limites e ensinar a criança a seguir o melhor caminho. Quando as crianças encontrarem soluções para o conflito, reconheça o bom comportamento e elogie.

Lembre-se: Ensinar, qualquer coisas às crianças não é tarefa fácil. Imagina ensinar a resolverem as divergências de forma civilizada? O tempo todo falamos coisas tipo: "Não faz isso!", "Não precisa brigar", "Conversa com sua amiguinha", "Empresta isso pra ele", "Peça desculpas"... Não é fácil pra gente e nem para nossos pequenos. Mas é importante esse tipo de intervenção o tempo todo, mesmo que para pais isso seja um exercício de paciência, por que para os filhotes é um treino constante.

Os dois queriam descer com o carrinho. Brigaram e decidiram, sozinhos, que se ajudariam. Foi lindo!

Seja imparcial
É obvio que queremos sempre ficar ao lado dos nossos filhos. O mais importante é os pais saberem que devem intermediar sem tomar partido de alguém. É tentar ao máximo se manter imparcial, dando atenção para ambos os lados envolvidos.
Devemos ouvir as duas partes (quando as crianças já falam) e tentar resolver, falando baixo com as crianças e com respeito. Quando as crianças não falam, os pais devem avaliar a situação para chegar a uma conclusão.


Seja justo
As intervenções feitas de forma correta auxiliam a criança a trabalhar a compreensão e o senso de justiça.
O adulto deve mostrar às crianças que elas devem ser respeitadas, ouvidas, compreendidas e que suas razões para o conflito serão avaliadas. O adulto deve ouvir os dois lados e mediar o conflito de forma correta.
Algo que contribui para o senso de justiça é não punir coletivamente. Chegar colocando todo mundo de castigo não vai resolver o problema, vai “revoltar” a criança que não tem culpa.
Outro ponto que contribui é não proteger o menor ou mais fraco. Nada de privilegiar os caçulas quando os mais velhos têm razão. Os pais podem exigir uma postura mais madura da criança mais velha, mas deve punir e educar o mais novo.

@minhas24horas e @entrerosaeazul


A escola ensina a partilha
Em casa, a criança tem atenção, afeto, seus brinquedos, seu espaço. Na escola, tudo isso deve ser compartilhado, ou seja, eles precisam dividir!
Quando a criança vai cedo para a escola (Anna foi com 7 meses), ela sente menos. Quando a criança vai para escola mais tarde (conheço crianças de 4 anos que ainda não frequentam a escola), essa mudança não é fácil.
Isso também dificulta a adaptação da criança em creches e escolas, pois momentos de conflito, agressividade, discussão ocorrem quando crianças estão tentando definir seus limites e impor suas opiniões.


Seja o exemplo
Quando interferir, tenha paciência. Gritar e ameaçar pode parecer a única saída, mas não é o correto. As crianças precisam ter respeito e não medo dos adultos. Se as crianças pararem de brigar por medo, o que aprenderam com isso?  O ensinamento ficou a desejar e a criança aprende a ser intolerante e a resolver seus conflitos na base do grito, com desrespeito, e, mais tarde, isso pode evoluir para agressão física.
E o mais importante: Quando uma regra é dada, ela precisa ser cumprida por todos, inclusive os adultos! Se você ensina a criança a tratar bem as pessoas, trate bem as pessoas. Se você ensina a não se exaltar durante um conflito, não se exalte. Seja o exemplo!
As crianças devem aprender a ser tolerantes, serem "da paz", mas não devem ser permissivos, covardes, se esquivar de problemas invés de enfrentá-los. Difícil, não é?! O negócio é encontrar um meio termo entre isso tudo e praticar na sua família.

Outro ponto é que temos que deixar bem claro que a criança possui o brinquedo, mas ela pode emprestar, porque o empréstimo é temporário. O brinquedo não deixará de ser dela. 

Lá em casa, dividimos tudo. Aprendi isso com meu marido (antes tarde do que nunca, né?! Rs). É um chocolate para os três (em breve, para os quatro, rs). Anna já aprendeu que, se pegar biscoitos, vai dar um pra mamãe e um pro papai. Não foi fácil, mas agora quase não temos mais problemas com divisão.

Mostre para as crianças que você compartilha seus bens com os outros. Thiago tem vários bonecos de super heróis e ele morre de ciúme dos brinquedos, mas ele deixa nossa filha brincar com eles. Se as crianças pedirem algo seu (desde que seja seguro e não estrague, não quebre...), deixe-as brincar, deixando claro que aquilo é temporário e que você sabe que vai receber o “brinquedo” de volta em breve.

Faça o mesmo com seu filho. Peça o brinquedo preferido. Fique um pouco com ele e depois devolva, agradecendo e elogiando o empréstimo. Isso vai ajudar seu filho a saber a diferença entre empréstimo e tomar algo de alguém.


@minhas24horas e @meufilhoamigo


Crie regras 
Seus filhos brigam pelo vídeo game? Estabeleça limites e crie regras. As crianças podem ajudar a construir as regras.
Lá em casa mesmo, tivemos muitos problemas com vídeo game, até meu irmão quebrá-lo por pirraça (minha irmã e eu não o deixávamos jogar naquele momento) e nunca mais tivemos um. Com regras, é mais fácil cumprir o combinado e amenizar a frequência das brigas.


Incentive brincadeiras cooperativas
Tem mais crianças brigando por brinquedos? Proponha um jogo coletivo, como queimada, futebol, vôlei... ou um jogo de tabuleiro. As crianças estarão menos propensas a brigar e aprenderão a trabalhar em equipe.


Anninha e sua melhor amiguinha: Nina (@helodrumond)

Agora, a irmãzinha chegou. Maria tem 44 dias e Anna já implica com algumas coisas que são dela e não da irmã. Terei que ter paciência em dobro para ensinar tudo que elas precisam. E, o principal: ensinar que elas são amigas, além de irmãs.




Como funciona com seus filhos?
Conta pra gente!!!

@minhas24horas


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