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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Eu sou Todo Tipo de Mulher! Eu sou Toda Mulher! #iamallwoman

"style has no size"
Estilo não tem tamanho! 

Famílias sortudas, setembro chegou! 

Calma! Já vou explicar o contexto da frase style has no size. 

Primeiro, setembro é o mês dedicado à campanha Setembro Amarelo, voltada para a conscientização sobre a prevenção do suicídio. Clique AQUI e saiba mais. Sem tabu! Falar é a melhor solução! 

Quando penso nesse assunto, penso nas pessoas que estão sofrendo com alguma situação. 

Falar de sofrimento no mundo materno, por exemplo, sempre faz com que eu lembre de uma situação que aconteceu comigo e que não é distante da realidade de muitas mães: a depressão pós-parto. 

Hoje consigo enxergar, claramente, que minha depressão pós-parto foi fortemente nutrida por questões físicas (beleza física para ser mais exata). 

Eu era uma pessoa ligada à estética, ao corpo e aos padrões (ou consumos) de beleza. Apesar disso, nunca fui de fazer dietas.

Fui a gestante mais feliz que eu poderia ser, no sentido de comer tudo o que queria. Comia muito! O tempo todo! Tudo o que tinha vontade. De pão de queijo 2 horas da manhã à ração de cachorro na hora do almoço. 

Exagerava! Mas feliz! Não importava. Eu estava bem, meu filho estava bem. Foram 42 semanas de muita comilança até que ele nasceu (já contei sobre nosso parto normal AQUI). 

Muitas mulheres acreditam que, após o nascimento, seu corpo volta à forma anterior à gestação com um piscar de olhos. Pode ser que algumas mulheres (artistas famosas, por exemplo) consigam isso da noite para o dia, que felicidade devem sentir! Mas eu e todas as mães que conheço não passaram pelo parto hoje e amanhã já voltaram a usar aquele jeans que ficou guardado nove meses. 

Eu ganhei 30Kg com a gestação. Sim! Tenho cartão de pré-natal que não me deixa mentir. 

Quando meu filho nasceu, naquela mistura de fatores hormonais, psicológicos, ambientais e sei lá mais quantos, eu fiquei depressiva. 

Ganhei uma cinta de presente um dia após parir, ouvia aquelas piadas sobre se ainda estava grávida, se meu filho ainda não tinha nascido, perguntas sobre o que eu faria para voltar a ter o corpo que eu tinha... Olhava para mim e enxergava estrias e celulites, que eu não tinha antes da gestação. Abria minhas gavetas e minhas roupas de não-gestante não serviam. Fiquei abalada com tudo isso, cheguei a cortar com tesoura as roupas, colocar fogo, jogar coisas pela janela. Eu fazia tudo isso chorando e lamentando a vida profundamente. Eu sofri! Sofria pelo que a sociedade dizia e esperava do meu corpo. 

Como libertei disso? 

Sempre tive muitas prioridades (ou sonhos) na vida, anteriores a manter um corpo "padrão", socialmente aceitável, malhar, fazer dietas e outras coisas. E isso não significa que eu não ache importante a prática de atividade física e uma alimentação saudável. É importante! Todo mundo sabe! Faz bem pra saúde! 

Um dia, olhando para meu filho, percebi o quanto eu não queria importar para o "corpo social" e o quanto eu esperaria que ele tivesse mais orgulho de mim por outras conquistas da vida do que pela minha beleza. Renovei minhas gavetas com roupas de tamanho maior e tratei de expulsar da minha casa as roupas que não serviam mais. Peguei as minhas coisas e fui investir nos meus estudos, na minha formação, no meu profissional. Não quis ter tempo para investir no corpo físico. Foi um estabelecimento de prioridades. 

Meu filho vai fazer 5 anos e durante esses anos eu mudei muito em relação a tudo. Passei a ver o mundo com olhos muito mais tolerantes. Passei a ver beleza onde não via, nas pessoas que não via. Passei a me aceitar com os traços que ficaram da gestação (meu filho compensa qualquer "cicatriz"), com os números a mais na balança, nas roupas. O mais importante de tudo: descobri beleza em mim, mesmo sendo fisicamente diferente do que fui um dia.

As pessoas pararam de falar sobre minhas gordurinhas? Não! Claro que não! Cumprem bem o papel social (É! Estou sendo irônica!).     

Não vou dizer que não emagreci nada daqueles 30 Kg, a metade praticamente (risos!).

Consigo rir de tudo isso hoje, mas ainda preciso de terapia para ignorar completamente os comentários das pessoas sobre beleza (hahaha), porque ainda dói, lá no fundo, bem lá no fundo do coração. 

Às vezes as pessoas não fazem por maldade, às vezes é o estilo de vida delas, mas uma vez aprendi numa aula de Ética e Bioética que a postura ética é marcada pelo cuidado com a palavra em relação ao outro. 

Tenho muita vontade de fazer um ensaio fotográfico sem efeitos, sobre quem eu sou (fisicamente). Desses que valorizem a beleza real (e não as de televisão), que valorizem minhas marcas maternas, sem medo de estrias e celulites. Porque ainda é difícil pensar no novo corpo como um todo. Fiquei muito tempo sem conseguir olhar no espelho, sem conseguir me ver de corpo inteiro e até hoje, vez em quando, ainda existe um "estranhamento". 

A verdade é que ocupando a mente com outras coisas superamos muitas outras. 

Aqui estão umas fotos minhas antes da gestação e para saber como eu sou hoje leia o post até o final...