quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Viajar sem os filhos? Sim, é possível!

Na saúde, na doença, na alegria , na tristeza... em cachoeiras, praias , montanhas, cabanas, pousadas, hostel, castelos... Que estejamos juntos sempre, mas que acima de tudo que queiramos estar juntos e, por saber que juntos nos completamos, somamos alegrias, dividimos tristezas, multiplicamos momentos de pura e sincera felicidade!!! Juntos , mas respeitando a identidade do outro.Difícil , mas não impossível! Que possamos ser sempre companheiros... aqueles que comem o pão juntos ,lembra? Que possamos ser nós mesmos sem que isso signifique ser o que os outros esperam de nós. Que possamos seguir nosso caminho com sabedoria, maturidade, diálogo e amizade. Que saibamos entender que o amor e o corpo vão se modificando ao longo do tempo, mas que possamos nos lembrar sempre o porquê de estarmos juntos!!! Que continuemos sendo referência de amor, ética e integridade para nossa pequena. Que a poesia não nos falte. Que nosso lar seja abençoado e fraterno . Que as banalidades da vida não retirem o nosso mel!!!
Enfim... que a felicidade vire rotina!!!! 

primeira viagem sem os filhos
Visita à Vinícola  Undurraga - Chile
 Trilha de 8 horas pelo “caminho do Vulcão” - Cajon Del Maipo- Chile-

O texto , acima, foi escrito quando eu e o Max fizemos nossa segunda viagem sozinhos. Duda estava com 8 anos. Durante nossa viagem ao Chile, ela ficou sobre os cuidados das avós e das tias.  Tudo deu tão certo que resolvemos  partir para uma nova viagem em lua de mel. Renovar os votos, fortalecer o amor, romper com a rotina, valorizar a identidade do casal. Trazer histórias e imagens na mala e na memória. 
Maria não vai , dessa vez. Fizemos essa opção, pois viajaremos por muitos lugares de avião, trem, bicicleta... talvez não seja uma viagem tão interessante e prazerosa para ela. Será uma maratona para mochileiros: Paris, Veneza, Florença, Roma, Amsterdã e Bruges. Muitos lugares, muitas chegadas e partidas...
 Trajetos estudados, malas prontas, passaporte em dia, sonhos e expectativas a mil, mas a culpa, ainda , está presente. Meu coração está apertado. Eu não deveria ter esse sentimento, afinal, tenho uma família maravilhosa que se encarregará de apoiar a Maria emocionalmente e nos auxiliar nos cuidados diários com ela. Entretanto, não será fácil ficar vários dias longe da Duda. A preocupação se ela vai ficar bem e se eu ficarei bem,sem ela, são reais . Conflitos pessoais, medo, insegurança... Uma mistura de sentimentos e emoções. Ela já tem 10 anos, já compreende muita coisa, mas, mas, mas..... O “mas” sempre presente. Ela tem 10 anos, mas precisa dos pais. Ela tem 10 anos, mas é muito esperta. Ela tem 10 anos, mas aprende tanto nas nossas viagens... Esse “mas” que  atrapalha tantos planos! Somos uma família tão unida e grudadinha, mas ,eu e meu marido, nos permitiremos uma viagem romântica sem a companhia de nossa filha.
Durante mais de uma semana não leremos juntas, não faremos refeições em família, não receberei beijos estalados na bochecha. Fico com os olhos marejados só de pensar nisso. Em contra partida Duda  será tão  mimada pelas avós....Será , diariamente, coberta de beijos, dormirá abraçadinha com a vovó Neide ou com a vovó Jaci, não faltará às aulas e desfrutará de momentos únicos longe dos pais. Ela se encarregará de cuidar do BOB (novo cachorrinho da família )  e também das nossas  flores e da horta. Sentiremos saudades  e nos comunicaremos via “watts zap”. A distância será somente física. 
È interessante ressaltar que, quando comento que viajarei em lua de mel ,sem minha filha, percebo a crítica nos olhos e nas falas das pessoas. Não ligo pra isso, mas acho interessante o quanto gostam de opinar sobre a vida alheia e sobre como o outro deve educar os filhos. Como disse Caetano: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.” È isso mesmo, cada um sabe de si. Sabe dos seus amores, prazeres, desprazeres, da sua história, dos seus sonhos, medos e ideais. 
Penso que nós, mães, devemos realmente nos fortalecer. Mãe não precisa de crítica, de dedos apontados, de cara feia. Precisa de colo , de escuta , de afeto e gratidão. Mães e mulheres já são cobradas demais na nossa sociedade. Sim ao empoderamento da mulher.
Se alguma mãe me pedir um conselho, direi sem pestanejar: Viaje com seu companheiro, permita-se momentos de intimidade e renovação. A vida é breve, intensa surpreendente. As pausas são importantes para iniciar novos ciclos, avaliar e planejar novas metas e projetos. Os filhos são do mundo e nós também somos. Viagens não faltarão para enriquecer e fortalecer os vínculos entre pais e filhos. 
Somos viajantes, curiosos, inquietos. Viajar é preciso.  Sonhar, conhecer  e realizar são urgências. Au revoir !
“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver” Amyr Klink

Fernanda Grey



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2 comentários:

  1. Lindo texto, amiga! Que essa viagem renove suas forças e o amor que existe entre vcs❤

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  2. Lindo texto, amiga! Que essa viagem renove suas forças e o amor que existe entre vcs❤

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