quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Desafios da Amamentação

Amamentação está longe de ser um mar de rosas! Eu AMEI amamentar! Ver os olhinhos da Cecília revirando ao sugar, sentir sua mãozinha me acariciar e depois de grandinha vê-la mudar e mudar de posição sem conseguir largar esse delicioso leite, não teve preço. Mas definitivamente faltam textos que contenham mais verdades sobre os desafios que enfrentamos.

Dione Lopes Fotografia


Antes de ser mãe eu acreditava que só não amamentava quem não queria ou não tinha paciência, mas conhecendo bem as histórias eu pude perceber quantas individualidades existem neste mundo. Até esse "lado feio" de não se ter paciência para amamentar deve ser compreendido e respeitado, essa é uma escolha da mãe e seu bem estar reflete diretamente no bem estar do seu filho. Mas atenção gravidinhas, tentantes e recém mamães: Não deixem de experimentar! Não deixem de tentar! Isso é o mais importante, pois é comprovado sim que nenhuma fórmula se iguala ao leite materno por toda sua complexidade e tamanha função nutricional para o ser humano principalmente para imunidade, pré disposições para algumas doenças e alergias. Além disso amamentação é uma economia de tempo e dinheiro, sem economizar o amor! Parece perfeito não é? Mas não é bem assim.

Papai

O que eu tenho para dizer a vocês é: Vai doer! Minha "dor da pega da Cecília" durou uma semana. Fui bem orientada pelas enfermeiras do Hospital Vila da Serra que iam até meu quarto só para verificar como estava a amamentação. Além disso a cada mamada usava uma pomada a base de lanolina, que ajuda na cicatrização e não deixa o seu mamilo chegar a sangrar. Caso a sua dor continue ou você tenha complicações NÃO DESISTA de imediato, procure o banco de leite de sua cidade. Em BH temos um de referência que é o da Maternidade Odete Valadares, as enfermeiras são uns amores, te ensinam a ordenhar, verificam a pega do bebê e te auxiliam em tudo que podem! Não basta ser o ginecologista gente, sem desmerecê-los, mas acredito que o ideal são enfermeiras dos bancos de leite e/ou consultores em amamentação, eles existem!

Dione Lopes Fotografia

Outra coisa muito comum de acontecer é a baixa produção de leite. Informe ao seu ginecologista, pediatra escolhido e procure o banco de leite também! O que acontece é que a produção de leite tem tudo a ver com a livre demanda, quanto mais o bebê sugar, mais você irá produzir. É um exercício de paciência, pois o estômago do bebê e bem pequenino então ele precisará mamar mais do que de 3 em 3 horas na maioria das vezes e só depois de um tempo é que você vai verdadeiramente conseguir implantar os horários corretos. 
Além disso o lado emocional da mãe influencia diretamente na produção. Você talvez precise de um remedinho para te auxiliar com algo que possa estar causando ansiedade, angustia ou estresse como a volta ao trabalho, por exemplo, ou o próprio nascimento do bebê que mexe muito com a gente.
O lema de uma mãe deve ser: Está com dificuldade? Não tenha vergonha de pedir ajuda, principalmente profissional!

Teresa Vilela

Passada a fase inicial da amamentação respire fundo e aproveite este momento! Este pequeno serzinho está aí, no seu colo, aconchegado, com os olhinhos quase sempre fechados que se abrem somente para te apreciar! Já estou morrendo de saudades e eu parei de amamentar a dois dias, chego a ficar emocionada.
Lá para o oitavo mês apareceu em mim um caroçinho no seio esquerdo! Fui ao médico e tudo indicava que era uma bolinha de leite ou uma inflamação em umas das glândulas. Acontece que a Cecília rejeitou esse seio e meu médico me explicou que essa inflamação podia mudar o sabor do leite, deixando-o mais salgado. A partir dali amamentei a Cecília em um seio só, até os dois anos. 
"Você é doida! Vai ficar com o peito maior que o outro!" "Não tem necessidade! Você já amamentou exclusivamente até os seis meses que é o essencial!"
Conselhos, pitacos, pessoas bem intencionadas, pessoas com intenções duvidosas, tinha frase para todo gosto e ali estava eu, obstinada! Tudo entrava em um ouvido e saía no outro, continuei confiante e consegui. Não estou me sentindo com o corpo deformado por isso e muito menos arrependida. siga seu coração!

Dione Lopes
"Ela já tem um ano, está na hora de parar! Eu amamentei só até um ano." "Você precisa tomar uma cervejinha! Como que você aguenta?" "Virou chupeta!" "Você ainda tem leite? Sério?"
Cecília sempre foi cabeluda, e ao invés de acharem ela grande para a idade que ela tinha, sempre achavam que ela era mais velha só que miudinha. Quantos desconhecidos já quiseram saber a idade dela quando me viam amamentando. Eles SEMPRE perguntam a idade, é muito engraçado! Você amamenta e logo vem alguém puxar assunto. Alguns se transformavam em conversas deliciosas que eu adoraria repetir, outras eu me sentia PÉSSIMA, fazendo uma coisa boa, importante, "certa" e saudável. Como pode? Em que mundo estamos?

Amamentar até os dois anos é um desafio social. Você enfrentará olhares maldosos, incomodados e indelicados. Olhares sem qualquer compaixão, por vezes de pessoas queridas, o que é pior. Eu te aconselho a não falar nada, agir com naturalidade e encará-las de cabeça erguida. As pessoas que me olharam assim nem sequer sabem que eu percebi!

Pense no seu filho, no bem que está fazendo para ele e continue até onde você conseguir. 
Eu estou desmamando a Cecília essa semana, à um mês venho conversando com ela pedindo para ela me contar se o "mama" estragou, perguntava se estava bom e ela balançava pra cima e pra baixo a cabecinha suspirando.  Essa parte, vou deixar para o próximo post: Desafios do Desmame! 

Beijos



Aline Caldas Viterbo







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