quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Consciência Negra e as crianças

Antes mesmo que chegasse o mês de novembro, fiquei pensando em como abordar esse tema da CONSCIÊNCIA NEGRA com meus alunos pequenos. Queria um bate papo informal, sem que eu entrasse muito profundo nesse assunto ou que fosse muito complexo qualquer historia que eu contasse, queria contar sobre  Zumbi dos Palmares, o fim da escravidão, os quilombos, a cultura afro, as comemorações da data entre outros e decidi começar pela biblioteca da escola, o que eu poderia ler para meus alunos, para retratar de uma forma bem lúdica sobre tudo que envolve esse tema e o mês de novembro. Achei alguns bons títulos e gostaria de compartilhar com vocês essas maravilhas de livros, para tratarmos com nossos filhos, sobrinhos, netos, vizinhos... enfim, com as crianças que nos cercam e são o futuro do nosso país.



LIVROS


DANDARA E A PRINCESA PERDIDA

  1.   DANDARA E A PRINCESA PERDIDA

    Por que não existem princesas negras? Onde estão as princesas como eu? Dandara estava encucada. A resposta da mãe era complicada e a da vovó também não convencia. Em meio a tantas perguntas alguém apareceu… alguém que iria mudar para sempre o mundo da Dandara. Era uma menina diferente. Tinha cabelo curtinho, roupa com estampa colorida e lindas joias. Sua pele era marrom, um marrom escuro da cor do café, e seus olhos brilhantes como as pérolas negras do colar da bisa. Quem será esta menina? Vamos desvendar esta história?
    Uma história que parte dessa ausência de princesas negras no cotidiano para resgatar as histórias das princesas africanas.

    __________________________________________________________

    O CABELO DE CORA
     
    2.     O CABELO DE CORA

    Cora é uma menina como as outras, que adora ir à escola e é bastante orgulhosa do seu cabelo. Ele não é liso como o das outras meninas. É crespo como o de sua Tia Vilma e sua avó.
    Mas talvez O cabelo de Cora não pareça tão belo para suas colegas e ela pode precisar de um empurrãozinho para aprender a amá-lo de novo e a dizer para todo mundo o quanto ele é bonito do jeito que ele é.
    Cora descobre que seu cabelo é a sua marca. Ela tem cabelo crespo. Você tem cabelo liso. Divirta-se com a história de Cora e faça de sua diferença sua exclusividade.


    _________________________________________________________

    AS LENDAS DE DANDARA
     3.  AS LENDAS DE DANDARA

    Neste livro que mistura ficção, história e um toque de fantasia,  são narrados dez contos sobre a guerreira quilombola Dandara dos Palmares, companheira de Zumbi dos Palmares. O livro conta sobre a vida de Dandara desde o seu nascimento, explicando sua origem, suas conquistas e suas lutas.
    Com muita aventura, suspense, acontecimentos sobrenaturais e até um pouco de romance, a autora conta de uma maneira mágica a forma como Dandara, desde sua infância, fez feitos dignos de uma lenda.

    ______________________________________________________

    FLÁVIA E O BOLO DE CHOCOLATE


    4.  FLÁVIA E O BOLO DE CHOCOLATE

    Em meio aos questionamentos da pequena Flávia sobre a sua pele marrom – tão diferente da pele branquinha da mãe -, a jornalista Míriam Leitão aborda temas delicados como adoção e questões raciais de forma sensível e lúdica para os pequenos.
    ___________________________________________________________

    AS TRANÇAS DE BINTOU

    5. AS TRANÇAS DE BINTOU

    As tranças de Bintou é um dos maiores sucessos do catálogo infanto juvenil da Cosac Naify. A autora Sylviane A. Diouf, estudiosa da cultura e da história da África, nos apresenta Bintou, uma menina negra que não se contenta com seus birotes no cabelo e sonha usar tranças como sua irmã mais velha. A história encanta pela maneira cuidadosa e doce com que trata, a partir de um contexto cultural específico, um momento universal: a passagem da infância para a adolescência. Um livro que nos revela a beleza de cada fase da vida e nos permite repensar o Brasil por meio dos costumes africanos.

    ____________________________________________________________

    CHICO JUBA

    6. CHICO JUBA

    Chico é corajoso feito um leão e tem a imaginação do tamanho de sua juba! Ele é um grande inventor de xampus que pretende solucionar as incríveis reviravoltas de suas mechas. Essa não é uma tarefa fácil e Chico não poupará nenhuma de suas mirabolantes receitas. Seus esforços o levarão à incrível descoberta de que podemos brilhar sendo quem somos: o segredo é cuidar das raízes.

    ____________________________________________________________


    MENINAS NEGRAS


    7. MENINAS NEGRAS


    Griot é o contador de histórias africano que passa a tradição dos antepassados de geração em geração. O objetivo dessa coleção é trabalhar a identidade afrodescendente na imaginação infantil. E é justamente à imaginação que esses livros falam a partir de uma composição sensível, de textos curtos e poéticos, associados a belas ilustrações. Modo lúdico de reforçar a autoestima da criança a partir da valorização de seus antepassados, de sua cultura e de sua cor.
    Em Meninas Negras, Madu Costa fala da vida e dos sonhos de 3 meninas negras, que aprende e respeitam sua ancestralidade africana.

    _________________________________________________________

    O MENINO MARROM
    8. O MENINO MARROM

    Esta é a história de um menino marrom, mas fala também de um menino cor-de-rosa. São dois perguntadores inveterados que querem descobrir juntos os mistérios das cores. “Quem inventou que o contrário de preto é branco?”.“Se um de nós é marrom e outro não é exatamente branco, por que nos chamam de preto e branco?”. 
    São muitas as perguntas, e muitas serão as descobertas.

    __________________________________________________________

    OS MIL CABELOS DE RITINHA


    9. OS MIL CABELOS DE RITINHA

    Esta história começa porque certa vez uma menininha, de frente para o espelho, se perguntou: ” O mesmo penteado todo dia? não!” A história de Ritinha nos mostra que o cabelo crespo oferece inúmeras possibilidades de ser penteado, e não tem nada de “difícil” ou “feio” como dizem por aí.
    Os mil cabelos de Ritinha é uma história que eleva a autoestima das meninas negras e nos presenteia com um texto ritmado, poético e encantador.

     ___________________________________________________________
      UMA HISTÓRIA MAIS OU MENOS PARECIDA
    10.  UMA HISTÓRIA MAIS OU MENOS PARECIDA

    Releitura do clássico Branca de Neve e os Sete Anões, este livro reconta a encantadora história da princesinha de uma maneira totalmente inusitada. Desta vez ela é negra e chama-se Pérola Negra. Este é um projeto contra o preconceito racial e suas manifestações. Publicado de maneira independente, financiado através de plataformas de financiamento coletivo.
    _________________________________________________________

    Gostaria também de deixar uma dica de leitura aqui para os adultos, um livro que teve uma grande valia para mim. E livro é sempre bom indicar né? Aproveitam e conheçam a história de Maria Carolina de Jesus, uma mulher que nasceu na cidade de Sacramento - MG,  no ano de 1914, filha de pais negros analfabetos. Era filha legítima de um homem casado e foi maltratada durante toda a sua infância. aos 7 anos, foi obrigada pela mãe a estudar, estudo esse, que a esposa de um fazendeiro rico, resolver pagar, mas ela abandonou o curso no segundo  ano, tendo já conseguindo escrever e ler e tomado o gosto pela leitura. Em 1937, após perder sua mãe, mudou se para a cidade de São Paulo, mais preciso para a favela de Canindé. 

    Mª Carolina,  construiu sua própria casa, usando madeiras, latas, papelão e todo e qualquer material que pudesse encontrar. Em 1953, com 39 anos, Carolina já tinha 3 filhos e os sustentavam como catadora. E ao mesmo tempo registrava o cotidiano da comunidade onde morava, nos cadernos que encontrava nos materiais que recolhia, que eram  mais de vinte. Um desses cadernos, deu a origem ao livro: QUARTO DE DESPEJO: Diário de uma favelada. Publicado em 1960. 

    O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem à este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.

    Maria Carolina de Jesus
     Leiam, chamem as crianças para lerem com vocês! Façam com que elas tenham senso crítico e argumentativo. Depois vem cá me contar qual produtiva foi essa experiência!

    Ou se já leram, o que acharam?

    Um beijo grande,





_

0 comentários:

Postar um comentário

Obrigada!
Volte sempre!