quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Cadê o Cabelo que Estava Aqui?

Olá, famílias sortudas!

Fiz um post aqui no Blog chamado LARGUE O NOSSO CABELO!, já tem um tempinho. Contei sobre a "censura" em relação ao cabelo (ou cabelão) do meu filhote.

Ele nasceu com muito cabelo e eu apaixonei pela jubinha do leãozinho. 



Deixei crescer! Ele gostava (no passado mesmo, já vou explicar) do cabelo grande. Algumas vezes perguntei se ele queria cortar, mas ele negava todas as vezes. 

Eu sempre, SEMPRE, fiquei extremamente incomodada com os comentários das pessoas (como exemplifiquei no outro post):

_ Sua mãe não corta o seu cabelo? (Claro! A culpa é sempre da mãe)
_ Não tem tesoura na sua casa?
_ Sua mãe está te deixando de castigo com esse cabelo? 
_ Tem que cortar esse cabelo. 
_ Tem que fazer corte de rapaz. (Onde está o manual de "corte de rapaz"?)
_ Seu cabelo está igual de menina. 
_ Seu cabelo está feio.

E meu filho resistiu bravamente estes anos ignorando todos os comentários negativos. Por muitas vezes, quando as pessoas falavam alguma coisa, ele perguntava pra mim se o cabelo dele era bonito. 

Isso é o que a sociedade faz com uma criança que ainda não fez 5 anos. Sempre ressalto a idade porque é triste ver como, desde sempre, as pessoas querem "educar" crianças "intolerantes", que devem seguir padrões e não promover a diversidade. 

Sim! Cabelo grande, com cachos, natural, de qualquer jeito é diversidade também. 


Um belo dia, porém, meu filho acordou e pediu para cortar o cabelo. 

Não sei bem o que motivou ele. Vai saber se foram os inúmeros comentários das pessoas (próximas e distantes, conhecidas e desconhecidas). Espero que não tenha sido. 

- Tudo bem, meu filho! Vamos cortar o cabelo! Um pouquinho para retirar as pontas e ele crescer mais? 

- Não, mamãe! Eu quero ser careca.

Neste momento eu engoli seco e fiquei perplexa (sou um pouco dramática). Tudo bem! Talvez, no fundo, só eu gostava daquele cabelo. 

- Mas careca, filho?!

- Sim, mamãe! Careca igual o vovô, os dois vovôs, o papai...

E ele foi citando uma lista de homens próximos a ele que são "carecas". Descobri, naquele instante, que ele não tinha uma referência de cabelos longos além dos meus. Talvez ele estivesse buscando um "padrão" e eu prefiro achar que não. 

Eu enrolei! Não levei para cortar. Enrolei mais um pouco, mais um dia, mais uns dias, umas semanas, até que ele mudou de argumento...

- Mamãe, quero cortar meu cabelo.

- Cortar como, filho?

- Mamãe, cabelo careca tem que lavar?

- Claro, filho! Todos as cabeças devem ser lavadas. Com cabelo ou sem nenhum cabelo. Todo mundo tem que lavar a cabeça. 

- Ah! Mas, mamãe, cabelo careca tem que pentear? 

- Depende do careca, filho! Se não tiver nada de cabelo não vai dar para pentear. 

- Então eu quero cortar careca. Assim... Que não dá para pentear.

Eu morri de rir e fiquei feliz por a vontade de cortar estar baseada agora em lavar e pentear. 

- Vamos cortar na quarta.

- Mamãe, hoje é quarta?

No dia seguinte...

- Mamãe, hoje é quarta?

No outro dia...

- Mamãe, hoje é quarta?

Até que a quarta chegou.

E quando a máquina e a tesoura fizeram o cabelo começar a cair (meus olhos já estavam cheios de água) ele disse:

- Mamãe, eu acho que não quero ser mais careca. Não precisa, mamãe! Eu quero ser igual ao titio.

- Mas o corte do titio tem que pentear. 

- Não tem problema, mamãe.

E assim foi... O corte igual ao do meu irmão. Nada de careca! hahaha




Todo mundo disse que ficou lindo e blá, blá, blá. Meu coração? Doeu! Queria que as pessoas tivessem elogiado antes, quando o cabelo era grande, mas fiquei feliz porque fizemos o que ele quis e ele sorriu com tudo isso. 

Cadê o cabelo que estava aqui? Agora faz parte das fotografias, mas se um dia ele quiser deixar crescer vou ser a primeira a apoiar, sempre! hahaha

Viva a D I V E R S I D A D E!



Fernanda G.

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Um comentário:

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