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domingo, 26 de julho de 2015

Carta a minha filha - #1anodepuradeliciça

Cecília,
Eu sei que você não vai lembrar desse ano que passamos juntinhas, de como para você a única pessoa que importava no mundo era eu. Se eu estava ali, tudo era perfeito. Você me fez acreditar que era a pessoa mais importante e amada do mundo. Obrigada, minha filha.
Tentei retribuir todo esse amor da melhor maneira que pude. Sei que eu errei! Talvez em não te deixar mais tempo no carrinho enquanto você chorava, ou por ter deixado você na cadeirinha de alimentação por tempo demais depois que o choro começara, mas para mim era tudo novidade e um grande aprendizado. Quantos tropeços! Me desculpe, minha filha.
Espero que um dia você compreenda que tudo que fiz e ainda farei será por amor. Não te darei tudo o que quiser, falarei "nãos", serei firme e por vezes ríspida, tudo por amor. Quero que você seja o seu melhor, que está aí, guardadinho em você! Percebo-o aos poucos e vou conhecendo-o a cada  sorriso de lado,  pinça delicada ao pegar objetos, ao oferecer sua bochecha para eu te beijar, em sua segurança e rapidez ao dar os primeiros passos, em seu olhar profundo e doce. Prometo que tentarei entender seus limites e também impô-los quando necessário. Me entenda, minha filha.
Daqui a pouco não conseguirei te carregar por tanto tempo em meus braços, você não exigirá de mim 24h de atenção e cuidado, seus passos serão tão precisos que você correrá para longe. Espero que quando isso acontecer você ainda me ame como hoje, de um jeito diferente. Talvez é você quem vai querer pentear os meus cabelos, escolher a minha roupa e me dar um abraço de bom dia. Me acompanhe, minha filha.
E quando assustarmos eu precisarei do seu colo, de uma pontinha só, para eu deitar como travesseiro enquanto você me afaga. Espero que sejamos grandes amigas e companheiras. Torço para que você me conte sobre seus medos, amores e desejos. Que você confie que cada puxão de orelha será porque eu não quero que você sofra e seja uma pessoa boa. Acredite em mim, minha filha.
Quando a maturidade chegar, te peço paciência. Talvez eu não estarei prepara para isso e descobrirei aos poucos a linda mulher que você se tornou. Dona do seu caminho, dos meus abraços infinitos e da minha maior felicidade. Me ajude, minha filha.




Beijos.


Aline Caldas Viterbo
contato@mamaesortuda.com

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Melhor ou pior: Mãe que não trabalha

Sabe o café? Pesquisas apontam que é uma excelente bebida para 1001 coisas, após uma semana novas pesquisas apontam os seus malefícios para outras 1001.  Assim é o mundo das mães, cheio de "benefícios e malefícios" para uma infinidade de situações e o pior, mães se dividindo em categorias para se julgarem "Melhores ou Piores".



sexta-feira, 26 de junho de 2015

Uma mãe jovem, e logo de dois!


Fui mãe jovem. Mas não só na idade, mas também de espírito e pensamento. Sempre gostei de criança, sempre tive a tal afinidade para essa modalidade de brincar, acalmar, acalentar, fazer travessuras, mas nunca me vi mãe aos 20 anos.

Quando me vi grávida pela primeira vez, da minha pequena Laura, meu Deus! Qual reviravolta minha vida daria? O que falaria para os meus pais? E para os meus avós? Nossa, uma mistura de insegurança, com alegria, com medo, com amor e muito desespero! A parte mais fácil, foi contar para o André que ele se tornara pai, no auge dos seus 21 anos, ali naquele instante que peguei o resultado positivo! 

A barriga cresceu, as vontades e desejos apareceram, os surtos, às vezes vinham acompanhando as minhas alegrias, ao pensar como seria a minha vida dali pra frente. Seria uma boa mãe? Saberia compreender cada remexida que ela dava na barriga? E qual seria a hora de ir ao hospital? E como seria ela em meus braços? Saberia reconhecer cada choro? Cada gemido? Cada retorcida? Nenhuma mãe vem com manual... o filho então(...) Você escuta conselho de mãe, de avó, de vizinha, de tia, de todo mundo, mas o que toda mãe de primeira viagem tem que saber, que assim que nasce um filho, nasce também uma mãe! A barriga cresceu, montei tudo que planejei e logo ela estava em meus braços. Bochechuda, cabeluda, tranquila, serena, e cheia de luz! Cresceu, amadureceu, me ensinou e aprendi o amor incondicional!

E logo, dia 23/09/2011 faltando dois dias para Laura completar 1 ano de vida, me pego grávida novamente. Só que dessa vez, um pouco tanto diferente. Estava grávida já com 6 (isso mesmo SEIS) meses de gravidez! E o meu susto foi maior! Até ali já sabia como era ser mãe, já havia passado todos os apertos da mãe de primeira viagem. Mas, não sabia como era ter dois bebes em casa! Dia 24/09/2011 descobri que o meu Pedro estava a caminho! O tão sonhado casal se formaria, mas não achava que seria tão rápido assim. Dia 25/09/2011 TODOS sabem que estou a espera de mais um filho, logo após os parabéns da Laura acompanhado do "com quem será que a Laura vai casar"; O pai, prontamente para a música e diz: "ELA NÃO IRÁ CASAR COM NINGUÉM, PORQUE O PEDRÃO TA VINDO AI" - meus olhos se encheram d'água - escutei assovios, aplausos e gritos de "VIVA LAURA E PEDRO". Que emoção!


A barriga cresceu, os planos mudaram, a casa mudou, meu amor cresceu, as responsabilidades mudaram e eu já estava com meus 22 anos, ainda jovem e #mamãededois. Chegamos em casa, com Pedro em meu colo e Laura no colo de André, sabe o que fizemos? CHORAMOS! Porque seria tudo de novo e tudo novo, agora com dois bebes. Aprendi muito, chorei muito, achei que não daria conta, amei demais e foi ai, que descobri toda força que uma mãe tem. Não me pergunte de onde tirei, só sei, que por eles, cada momento valeu a pena! Hoje tenho 26 anos e olho pra trás e vejo que cada passo que dei, que cada acontecimento serviu para o meu amadurecimento espiritual e pessoal. 

E viva todas as mamães, seja ela nova ou mais experiente! 
O importante é o amor e o ensinamento que temos para os nossos filhos!
#mamãesortuda #mamãededois 

PRATIQUEM #filhoterapia


Ana Carolina
contato@mamaesortuda.com

segunda-feira, 18 de maio de 2015

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Surpresas para a mamãe - O Amor está nos detalhes

Outro dia, passeando pelo facebook, me deparei com uma matéria que reproduzia imagens do dia a dia de casais. Desenhos delicados retratavam aqueles momentos aos quais nunca damos valor: aquela hora em que lavamos vasilhas junto com o nosso amor, aquele momento em que compartilhamos o sofá para ver um filme, aquele momento em que preparamos juntos o jantar. A matéria queria chamar a atenção para uma coisa: para o amor que está presente nos detalhes. Pensando nisso, resolvi dar pra vocês uma dica diferente de presente para as mamães (seja lá qual for a idade delas).


À medida que o dia das mães vai se aproximando, começamos a ficar de cabelo em pé procurando ideias diferentes para presentear a mulher mais importante de nossas vidas. A cada ano queremos nos superar, dar algo melhor, maior e, geralmente, mais caro. Mas e se isso não for o suficiente?

Bolsas, sapatos, roupas e perfumes são presentes maravilhosos, não há como discordar. Mas e se nesse ano fizéssemos algo para marcar a vida das nossas mães? E se os nossos maridos, juntos de nossos filhos, nos fizessem uma surpresa especial e inesquecível? E se nos mostrassem o quanto são gratos pelo amor que colocamos (natural e alegremente) nas mais simples ações cotidianas?

Você pode começar hoje. Ou pode guardar a ideia para o ano que vem. Só não deixe de fazer. Você não precisa gastar muito dinheiro. 

Surpresinhas para a semana das mães


Que tal fazer uma pequena surpresa a cada dia da semana, até que chegue o domingo das mães? A ideia não é dar presentes enormes e caros, mas sim lembranças especiais, singelas, acompanhadas de bilhetinhos sinceros e cheios de amor.

Programe-se: prepare, para cada dia da semana, uma pequena lembrança, com um bilhete que a explique. Leve em consideração os gostos da mamãe (mostre a ela o quanto você a conhece bem). Aí vão alguns exemplos:

  • Segunda-feira: deixe no banheiro um batom bonito com um bilhetinho: "para a mulher mais linda do mundo ficar ainda mais linda";
  • Terça-feira: se ela gosta de cozinhar, compre um livro de receitas. Na dedicatória, escreva: "Para a melhor cozinheira do mundo";
  • Quarta-feira: coloque dentro da bolsa dela uma foto da família e escreva: "para quando a saudade apertar"ou algo do tipo;
  • Quinta-feira: um colar com um pingente significativo para a mamãe (tem pingente de tudo, gente, de TU-DO);
  • Sexta-feira: pegue uma água morninha, acrescente sais de banho ou óleos essenciais e surpreenda-a com um spa dos pés. Mostre a ela que você reconhece o quão cansada ela está (a semana com certeza foi difícil). Vale também presentear com chinelinhos confortáveis, hidratantes refrescantes... Uma massagem nas costas também é legal! E pode virar um momento especial entre pais e filhos. Essa surpresa pode vir acompanhada de chocolates (toda mulher precisa de chocolates na sexta-feira);
  • Sábado: café na cama. Mostre à mamãe como ela merece descansar e ser paparicada de vez em quando. Você também pode programar um piquenique, um passeio ou qualquer coisa que faça com que vocês passem mais tempo juntos;
  • Domingo: chegou o grande dia. Nesse dia, você pode dar um presente legal, comum, como a bolsa ou o sapato, dos quais já falei lá no início do texto. Junto dele, deixe um bilhete ou um poema. Quer uma dica? Aí vai:

Para Sempre - Carlos Drummond de Andrade

Por que Deus permite
Que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite
É tempo sem hora
Luz que não apaga
Quando sopra o vento
E chuva desaba
Veludo escondido
Na pele enrugada
Água pura, ar puro
Puro pensamento
Morrer acontece
Com o que é breve e passa
Sem deixar vestígio
Mãe, na sua graça
É eternidade
Por que Deus se lembra
- Mistério profundo -
De tirá-la um dia?
Fosse eu rei do mundo
Baixava uma lei:
Mãe não morre nunca
Mãe ficará sempre
Junto de seu filho
E ele, velho embora
Será pequenino
Feito grão de milho


Nesse dia das mães, faça com que sua mãe/esposa se sinta especial. Mostre-a que você reconhece todo o esforço dela, de cada dia, para te fazer feliz. As lojas de eletrodomésticos podem querer te convencer a comprar aquela geladeira nova ou uma televisão de 42 polegadas. Lembre-se, no entanto, de que mãe, antes de qualquer coisa, é mulher. Valorize-a.

Feliz dia das mães.
Um beijinho,
G.


Giulia Lage

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Sentidos do Nascer



A vida! Ah, a vida!

O que fazemos além de arriscar em uma vida intensa e inesquecível?

Vivenciamos certas coisas que acreditamos que só nós sabemos entender e explicar. E tudo faz sentido! Existem momentos na vida que não estavam escritos em nenhum manual de instruções, em nenhum romance famoso e em nenhuma letra de música agradável aos ouvidos... Como o nascimento dos nossos filhos.

Tem dias que fico pensando no parto do meu filho e tentando fazer com que minha mente não perca cada detalhe daquele passado. Rezando para que eu envelheça preservando minhas memórias. Que eu esteja consciente o bastante para vê-lo envelhecer com o mesmo olhar, carregado de esperança, que eu vi abrir para o mundo (e para mim). 

O parto é um momento lindo e único. Que mamãe não enche os olhos de água quando se lembra da primeira vez que viu e pegou seu bebê?


A vida passa tão, mas tão rápido! Hoje eles nascem, amanhã eles falam, no fim de semana eles formam e na semana que vem eles casam.

Vamos acompanhar cada conquista, guardar momentos especiais e esquecer tantos outros. 

Quando descobrimos a gravidez é um sentimento de medo e felicidade. Ao longo da gestação somos lembradas, tocadas e preferidas, mas é no nascimento que nos sentimos especiais. Especiais por receber um tesouro (a vida). Especiais por descobrirmos que alguém nos admira pelo cheiro, pelo sabor e pelo calor.

Lembro como se fosse amanhã. Sim! Como se ainda estivesse para acontecer e só de imaginar já desse um friozinho na barriga.

Durante a minha gestação não fiz nada para “preparar” meu corpo. Pelo contrário... Comi e fiz tudo o que quis. Engordei 30 quilos. Se arrependo da comilança? Ah! Sou uma mamãe sortuda (se isso responde...)! Minha vida perdeu o sentido (que a sociedade adoraria dar) depois que meu filho nasceu.

Eu estava tão feliz com a minha condição de gestante que na terça-feira, dia 13/12/2011, estava eu, por volta de 20 horas, comendo macarrão na chapa. Em plenas muitas semanas de gestação (completaria 42 semanas no dia seguinte). Disso sim eu posso dizer que me arrependo. Risos! 

Cheguei em casa, tomei banho e fui dormir. Dormir? Toda mãe sabe que é impossível dormir nos últimos dias. Então, retificando... Cheguei em casa e devo ter comido alguma coisa ainda, depois tomei banho e antes de deitar, com certeza, ainda comi melancia. Ao deitar, não consegui dormir e fui para o quarto que seria do Davi futricar as roupinhas pela enésima vez. 

A primeira contração foi 22:30 em ponto. Eu, metódica que sou, sempre anotava tudo. Naquele momento eu entendi o que as pessoas dizem que “quando chegar a hora você saberá”. Isso nunca fez sentido durante a gravidez, mas a gente sempre sabe a hora e se não sabe acaba descobrindo.

Eu sabia que Davi ia nascer, mas antes eu precisava fazer tudo que tinha lido e ouvido que deveria fazer: ginástica, controle da respiração, movimentos, banho quente... E minha barriga naquele ritmo!

Só decidi ir para o hospital por volta de 01:30 da manhã, pois as contrações estavam menos espaçadas. Não desesperei para ir ao hospital. Minha bolsa não tinha estourado e tinha lido que o primeiro trabalho de parto poderia durar horas e horas. Estava super tranquila, o que ajuda muito no trabalho de parto. Sabia que seria a última noite do barrigão. 

A vantagem de entrar em trabalho de parto pela noitada é que não tem trânsito para chegar à maternidade. Isso é importante quando não se mora perto (na época eu morava há 30 quilômetros de onde eu queria ganhar meu filho). 

Antes de partir para a maternidade, ainda quis tomar um último banho quente e vestir um vestidinho que era minha segunda pele. Risos! Ah! Eu não estava nem aí. Fui de chinelo, pijama, descabelada e sem unha feita. Vestida "inadequadamente" para muitos e muitas. 

Na maternidade não tinha ninguém. Cheguei, fiz a ficha para uma consulta com o plantonista (eu tinha decidido que meu parto seria com plantonista) e estava calmamente esperando ser chamada. 

Na consulta, o médico disse que eu estava com contrações, mas sem dilatações (acho que eles falam isso com quase todas as mães). Faria até sentido, para mim que não sou obstetra, olhando meu cartão de pré-natal e verificando que eu estava com 2 de dilatação há algum tempo e naquele momento (há umas 3-4 horas de trabalho de parto) ainda estava com 2.

O médico prontamente, claro e obviamente, recomendou a cesariana, pois meu filho não poderia ficar tanto tempo na minha barriga (eu e minhas 42 semanas de gestação). 

Sabe o que eu disse? “Ah! Está bem! Vou dar uma volta para pensar e volto aqui para seguirmos com o parto”. Ele disse que me esperava. Saí da sala e fui conversar com todas as enfermeiras e técnicas que encontrei na reta e perguntar sobre o médico que tinha me atendido, se ele era uma boa referência. Encontrei uma profissional que conversou carinhosamente comigo e disse que, se eu conseguisse, voltasse 7 da manhã, pois seria o horário da troca de plantão. Outro médico poderia me olhar. E o que eu fiz? Fui embora, claro! Agora muitas pessoas vão achar que sou extremamente irresponsável e sem vocação para a maternidade... É! Hoje eu até acho que fui um pouco irresponsável mesmo, mas fico muito feliz por ter decidido ir embora, se não fosse assim, minha história seria outra. Acho que faria igual se voltasse no tempo.

Fui para a casa da minha mãe, que era mais perto. Ela ficou comigo o tempo todo a partir daquele momento (vó de primeira viagem). 

A madrugada foi sem dormir e sem deixar ninguém dormir. Não que eu fosse escandalosa, mas chega um momento das contrações em que dá uma vontade incontrolável de morder alguma coisa e fazer muita força. Claro que nesse momento podem ser comuns alguns gritos de força. Risos!

Chegou um momento em que eu comecei a sentir muita falta de ar e a vomitar a alma (ou o macarrão na chapa onde eu tinha me acabado naquela noite).

Por volta de 5:30 da manhã eu já estava cansada, sem dormir, e pensando que 7 horas não chegava nunca (para a troca do plantão na maternidade).

Decidi voltar para o hospital quando minha mãe disse “esse menino vai nascer aqui, na cama”. Nunca que eu deixaria minha mãe, que nunca tinha feito um parto, virar minha parteira de última hora. Risos!

Voltei para o hospital, mas ainda não tinha acontecido a troca de plantão das 7 horas. Aff! Que agonia. Por sorte (lê-se: por falta dela), o mesmo médico plantonista me atendeu e, olhando seriamente, questionou: “onde você estava?”. Eu? Eu estava há cerca de 8 horas em trabalho de parto. Ele me avaliou e deu o veredito: vai ser parto normal. “Tem uns 7 de dilatação”. É! Acho que minha mãe tinha razão. Eu ia parir naturalmente em um quarto na casa dos meus pais se eu não tivesse voltado para a maternidade.

O médico perguntou se eu queria ir para o bloco e eu disse que preferiria ir me arrumar no quarto. Acreditem, eu tomei banho quente mais uma vez, conversei com minha mãe, vi um pouco de televisão... Agora leiam como realmente aconteceu: tomei banho na tentativa de aliviar as contrações que já estavam fortíssimas, mas eu queria viver aquele momento, sendo a própria autora do meu parto; lembro da minha mãe dizer: “arruma esse cabelo” e eu falar comigo mesma: “cabelo é a última coisa no mundo que eu vou querer arrumar agora”; a televisão estava ligada porque nem sei quem ligou, mas lembro que ainda prestei atenção em algumas notícia que passavam no jornal. Risos! Eu estava firma na luta!

As meninas da enfermagem vieram trocar minhas roupas e me levar para o bloco. Isso devia ser umas 7:00 da manhã e eu ainda conseguia andar. Acredite, mulher, você é capaz de ter filhos porque você tem toda a força do mundo. Não ouça a sociedade que te acha frágil, tampouco se julgue frágil.

No bloco, perguntaram se eu queria receber a anestesia ou esperar mais um pouco. Hoje penso que eu poderia ter esperado. Afinal, que diferença faria ser anestesiada 7 da manhã para alguém que estava desde 22:30 na aventura do parto? Mas acho que o cansaço já falava mais alto dentro de mim. Passei a noite toda sem dormir. Naquela correria e ansiedade toda. Fato era que eu estava cansada e me rendi à tentação sedutora da anestesia (imaginando que isso facilitaria muita coisa). 

Fui levada à sala de anestesia e aí começou um sentimento de medo. Comecei a lembrar de todas as histórias que as pessoas adoram contar para grávidas, de que não pode nem respirar no momento da anestesia e outras coisas aterrorizantes. Ai! Pra que mentir? É tudo mentira! A anestesia não é nenhuma missão impossível. Tudo dá certo. Já reparou quantas mulheres no mundo ganham seus filhos com anestesia? Eu nunca vi histórias reais sobre algum desastre da anestesia (ainda bem).

Fui anestesiada às 7:25 (tinha um relógio imenso bem na minha frente). Os médicos (obstetra, pediatra e sei lá quantos mais) disseram que ele já estava nascendo e que eu fizesse força nos momentos das contrações. 

Foi ali, no bloco, que minha bolsa (ou mala de viagem com três compartimentos) estourou. Parecia o segundo dilúvio. Decidiram até me trocar de sala no bloco, porque onde eu estava ficou intransitável. Risos!

Lembro-me de entrar na sala "seca" e olhar no relógio 9:25. Para mim, aquele momento em diante pareceu umas duas horas, mas meu filho nasceu 9:30 em ponto. 

O meu corpo fazia uma força inexplicável. Eu sentia minha barriga movimentando-se estranhamente. Minhas mãos segurando fortemente tudo o que estava ao meu alcance. Meus olhos, fechados, em ritmo com todo o meu corpo. A sintonia do parto. Meu filho nasceu quando senti meu corpo (e minha alma) respirando a vida. Não lembro dele chorar. Ele chegou em meus braços ainda sujo, mas de olhos grandes e abertos. E ele me olhou, como eu nunca tinha sido olhada. Naquele momento, compreendemos, eu e ele, os sentidos do nascer.

Pouco tempo depois do parto...


Acredito que tudo o que vivi com ele (desde a estadia em meu ventre) influenciou fortemente no que somos hoje. Algumas pessoas dizem que temos um cordão umbilical virtual. Compreendemo-nos pelos olhares, nossa primeira forma de comunicação. Fortemente influenciados, claro, pelos hormônios do amor.

Na manhã do dia seguinte... Já em casa!


Ah! Se você chegou até aqui (e eu agradeço pela persistência em ler), deve estar com uma pergunta na cabeça... Qual o meu objetivo neste post? 

Bem, como pode ser visto na minha história, quase eu passei pela experiência de uma cesariana desnecessária, porque um profissional não queria esperar mais um pouquinho para o meu filho nascer. 

Infelizmente conheço várias mamães que têm a mesma queixa que a minha, de profissionais apressadinhos demais, que não conseguem esperar o tempo (e o desejo) da mamãe e do seu bebê. 

Nosso sonho de parto não deveria ser negligenciado. 

Por isso tudo vou fazer um convite...

Outro dia estava andando pelo campus da Universidade onde estudo e vi o cartaz sobre a exposição Sentidos do Nascer. O objetivo da exposição, que tem financiamento e apoio do CNPq, do Ministério da Saúde, da Fundação Bill & Mellinda Gates e do Unicef, é “contribuir para a mudança da percepção sobre o nascimento, incentivando a valorização do parto normal para a redução da cesariana desnecessária”. 

A ideia é viver, reviver ou ressignificar a experiência do parto e refletir sobre o ato inaugural da vida. 

Eu tive que ir conferir de perto para compartilhar com vocês...

O Que Tem de Bom?

Instalada em três contêineres e cinco ambientes, a exposição, que é interativa e sensorial, é uma boa oportunidade para refletir sobre o mundo materno e paterno, sobre a gravidez e o nascimento.
Ao entrar na exposição você poderá ficar grávida/grávido com a ajuda de uma projeção. 

Senti saudades do meu barrigão! Vejam minha foto...


Você ganha um adesivo de um bebezinho no útero para colar na barriga.

Em seguida, você entra no "Mercado do Parto", que funciona como um mercado: com produtos à venda, mas que fazem uma crítica à forma como a gestação e o parto são tratados (como um negócio comercial). 

Eu morri de rir lendo as embalagens dos produtos. Só conferindo de perto para entender.


Contêineres

Corredor Controverso – alguns personagens conversam entre si, por meio de monitores, sobre as diferentes visões do parto e as falas que casais grávidos escutam durante a gestação de seus filhos. Adorei! Vivenciei muitas falas que ouvi das pessoas durante a gravidez. A verdade nua e crua.

Útero – eu fique apaixonada com esse lugar! Simula um útero. As lágrimas rolaram em meu rosto. Fiquei super emocionada! Você poderá ouvir sons de batimento cardíaco e ruídos de água semelhantes aos sons que a criança ouve quando está no ventre da mamãe. Você pode sentar em um sofá macio que representa a placenta, enrolar no cordão umbilical e depois “nascer” ou renascer. A sensação de nascer foi muito divertida. Cada vez que eu parava para dar mais uma andadinha (é super estreito e apertado), eu lembrava das minhas contrações e do meu filho nascendo. 


Grande Colo – tem uma mamãe de braços abertos te esperando nascer, além do espaço de convivência com fotos, vídeos e muitas informações.

Painéis

Abordam os seguintes temas:
1 – o tempo – a pressa ao retirar o bebê e o tempo necessário ao parto;
2 – o nascimento na história;
3 – parto natural humanizado, as boas práticas;
4 – cesariana – informações sobre a cirurgia;
5 – de quem é o parto – sobre o protagonismo da mulher;
6 – prematuridade – o que é e o seu aumento no Brasil;
7 – violência obstétrica – sofrida pelas mulheres brasileiras em seus partos.

Além de tudo isso, você ganhará um Plano de Parto que poderá ser muito útil para planejar seu parto e tem vários folhetos explicativos sobre esse momento especial e único.

Local da Exposição

A exposição esteve no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais e agora está no Parque Municipal de Belo Horizonte (onde ficará até o fim de abril), em seguida segue para o Boulevard Shopping (maio).

Se você não é uma mamãe mineira, não precisa ficar triste! A exposição ainda poderá ser vista no Rio de Janeiro (junho e julho), Niterói (agosto) e Brasília (outubro).

Mamães, papais, famílias e você que nem tem filhos e nem está grávida (ou grávido), fica a dica. Eu fui e fiquei super empolgada. É um local para refletirmos sobre muitas coisas e sentirmos tantas outras. 

Espero que gostem e sintam-se envolvidas.
E se quiser contar sobre sua aventura do parto, pode contar: contato@mamaesortuda.com

Algumas informações técnicas sobre Sentidos do Nascer consultei nos seguintes links:

Beijos!


Fernanda Garrides





sexta-feira, 27 de março de 2015

Ensaio de Páscoa: Nina, Ciça e Manu

Quando a Helô veio me visitar resolvemos fazer o que mais gostamos FOTOGRAFAR! A gente inventa dali, inventa daqui e não é que sai alguma coisa? Basta ter uma boa máquina, ideias, amigas e modelos tão lindas que farão qualquer amadorismo desaparecer! Não somos fotógrafas profissionais, nenhum Aquila Louback, mas temos o que há de melhor para se fazer qualquer coisa: O AMOR!





A Páscoa é só mais um motivo que encontramos para fotografar nossas princesas e contamos com uma convidada muito especial que trouxe toda beleza polaca para nosso ensaio, a Manu! Ela tem 5 meses, é minha vizinha aqui em Resende, filha da Dani. Formamos uma espécie de quarteto fantástico por aqui, mas isso dará um outro post, já que graças a Deus fui abençoada com vizinhas maravilhosas além dessas duas queridíssimas.

Vamos as fotos? Morram de ataques de fofura!!! #mamãecoruja

quarta-feira, 25 de março de 2015

O que fica da Páscoa no coração da gente

Oi Mãezinha!


A páscoa já está aí, batendo à porta. O cheirinho gostoso de chocolate já invadiu não só as ruas dos centros comerciais, mas também o nosso blog, que está cheinho de ideias maravilhosas pra fazer da páscoa um evento inesquecível para o seu filhote! Tem fantasias, ovos caseiros, caça aos ovinhos... Cada coisa mais linda!



Hoje, no entanto, quero falar um pouquinho sobre o real significado da páscoa. Quero falar sobre um valor que ela carrega e que precisamos passar para nossos pequenos. Não se assuste: pouco importa a sua religião. O que quero mesmo reforçar é algo universal e atemporal, que não necessariamente está relacionado ao Deus em que você crê, mas à família, chave de todas as melhores coisas do mundo.


Fonte: Golden Years

Sabe, eu tive a sorte, a maior sorte do mundo de nascer e crescer em uma família maravilhosa. Uma família que se autodenominou “Família Buscapé”, em homenagem àquele filme antigo que passa todo ano na Sessão da Tarde. 

Na minha família, almoço íntimo é pra 40 pessoas. Um bolinho de aniversário? Nem se fala! Enche a casa da gente. Tive a sorte, a maior sorte do mundo em ter uma das famílias mais unidas desse universo. 


É claro que nem sempre é tudo tão maravilhoso assim. Há brincadeiras de mau gosto, fofocas, discussões, bajulações. Mas há algo de muito especial nessa família. Há, acima de QUALQUER coisa, a união. Na minha família, nenhuma cara fechada ou briga antiga permanece frente a um problema maior. E é justamente quando surgem os problemas que percebemos como fomos agraciados por termos uma relação assim, tão íntima, tão verdadeira, tão singular.


Na cultura religiosa, a Páscoa é a comemoração da ressurreição de Jesus. Mas na história bíblica há algo que me encanta: a ceia. A ceia é um símbolo de partilha, de união, de comemoração com aqueles que são considerados verdadeiros companheiros.

Companheiro, pra quem não sabe, é uma palavra que vem do latim, e que quer dizer “aquele com quem se divide o pão”. Olha como isso é bonito!


Dividir o pão, na verdade, não é dividir apenas o alimento em si, mas também todas as dores, alegrias, surpresas e perdas. E é isso o que devemos fazer a cada dia. E é isso o que devemos deixar para os nossos filhos. 



Nesse mundo em que os sentimentos ruins têm se sobreposto aos sentimentos mais frutíferos, ainda tenho esperança na família. A vida passa depressa demais para cultivarmos brigas ou desentendimentos antigos. Passa depressa demais para que deixemos de dizer às pessoas o quanto elas são importantes em nossa vida. Passa depressa demais para que nos preocupemos mais com o ódio pontual do que com o amor incondicional que uniu todas aquelas pessoas.


De tudo o que queria dizer hoje, o mais importante é isto: ensine a seus filhos o valor da família. Ensine a seus filhos o valor da união, do companheirismo, da amizade. Ensine isso a seus filhos e viva o resto da vida tranquila e certa de que, em qualquer circunstância, eles terão com quem contar. Aproveite essa páscoa para isso. Festeje, coma chocolate à vontade, faça um almoço caprichado no domingo. Mas acima de tudo, mostrem aos seus filhos o valor da família. 

Vou ficando por aqui com lágrimas nos olhos de pensar no quanto sou abençoada pela família que tenho. E quero fazer um convite a vocês, mamães: mandem pra mim a foto da páscoa de vocês! Quero poder colocar muitas fotos desse momento especial em família no meu próximo post. O meu e-mail é o giulia.lage@gmail.com. Estou esperando viu?


Feliz páscoa para todas vocês, que também são uma família pra mim. E que moram no meu coração!



Um beijinho carinhoso,



Giulia Lage